sábado, 1 de fevereiro de 2014

O Papel do Clube Militar na Vida Política Nacional

O Papel do Clube Militar na Vida Política Nacional

Cel José Gobbo Ferreira
Janeiro de 2014
No período entre 24 e 26 de julho de 1995, o Secretário da Defesa dos EEUU , William
J. Perry recebeu em Williamsburg, os Ministros de Defesa dos países das Américas.
Essa reunião, chamada “Consenso de Williamsburg”, modificou dramaticamente a
distribuição de poder entre as FFAA brasileiras e o sistema político civil.
Entre os resultados da reunião, denominados “Os Princípios de Williamsburg” havia a
seguinte resolução:
 Affirm the commitments of our countries in Miami and Managua that our
Armed Forces should be subordinate to democratically controlled authority,
act within the bounds of national Constitutions, and respect human rights
through training and practice.1
Seu resultado imediato foi a criação das figuras do Ministro da Defesa (civil) e do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). Isso implicou em que dois escalões de comando foram interpostos entre os Comandantes das Forças Singulares e o Presidente da República, Comandante-em-Chefe das FFAA.
O esvaziamento do prestígio e da autoridade desses Chefes foi muito grande. Hoje, suas decisões passam antes por aqueles dois crivos. Sua postura ante qualquer decisão vinda dos escalões superiores enfrenta a ascendência hierárquica daquelas autoridades.
As aspirações da tropa devem ser submetidas ao julgamento daqueles dois comandantes antes de chegar ao Comandante-em-Chefe. Para se ter uma ideia, concreta e chocante, do que isso significa, se a Força fosse representada por um Batalhão, seu Comandante ocuparia o comando de uma Subunidade!
Acresça-se a isso que os militares não tem o direito de se sindicalizar, de fazer greves ou qualquer outro movimento reivindicatório. Somente o Clube Militar reúne as condições de representa-los em suas demandas
O Clube Militar, fundado no Rio de Janeiro em 26 de junho de 1887, representou um papel determinante nos movimentos da Abolição da Escravatura e da Proclamação da República. Com todos os méritos, constituiu-se na Casa da República e vem 1 Confirmar os compromissos de nossos países em Miami e Manágua de que nossas Forças Armadas devam estar subordinadas à autoridade democraticamente controlada, agir dentro dos limites das Constituições nacionais, e respeitar direitos humanos por meio de treinamento e prática. desempenhando esse papel e o de representante da Classe Militar desde aqueles tempos, com altos e baixos em sua atuação.
De 1907 a 1915 destacou-se, com Olavo Bilac, na luta pela instituição do Serviço Militar Obrigatório. Em 1935 esteve decididamente ao lado do Governo no combate aos covardes comunistas fratricidas.
Durante a década de 50 e até a contrarrevolução de 1964, transformou-se no palco das mais acirradas disputas e de decididas tomadas de posição com relação à situação política do país, sempre alerta na defesa de sua preciosa pupila, a República.
Naquele tempo seu Presidente era sempre um Oficial-General da Ativa, o que lhe conferia um enorme poder de fogo nas decisões políticas nacionais.
Passado o 31 de março de 1964, uma das providências do novo regime foi esvaziar o poder do Clube Militar, não somente para evitar possíveis dissensões internas quanto ao rumo político que deveria tomar o país, mas também porque, com uma visão extremamente otimista, acreditavam os Chefes de então que uma ação política por parte do Clube se tornara desnecessária, uma vez que a Nação havia sido posta nos eixos e deles não deveria mais se afastar. Ledo engano!
Em consequência, o Clube foi pouco a pouco se transformando em uma agremiação de lazer para militares e civis na sede da Lagoa e promotor de exposições recreativas e bailes de gala como aquele da Ilha Fiscal, na sede Central, manifestando-se apenas tímida e esporadicamente sobre a conjuntura política nacional.
Enquanto isso, o foro de São Paulo inoculava sua peçonha em todo o tecido político nacional, já apodrecido pelo PT.
É absolutamente indispensável que, no campo político, o Clube Militar reconsidere sua posição e se consagre decididamente à luta contra esse estado de coisas.
A Diretoria que deve ser eleita neste ano tem que estar completamente consciente dessa necessidade, inteiramente ciente das responsabilidades e dos esforços implicados nessa decisão e perfeitamente preparada e competente para assumi-los.
Os Comandantes das Forças Singulares estão exilados do poder. Cabe ao Clube Militar preencher esse vácuo e, no que estiver ao seu alcance, fazer aquilo que está fora do alcance deles. Deve submeter ao ridículo os esforços para desprestigiar as FFAA, como a comissão da calúnia, o acordo de solução amistosa, a revirada dos mortos em seus túmulos, a troca de nomes honrados e veneráveis por outros salpicados da lama da traição à Pátria, e esmagar essas manobras sempre que possível.
Fazer tudo isso e muito mais, tendo como princípio pétreo a certeza que a harmonia entre os companheiros militares, da Reserva e da Ativa, e o segmento civil da sociedade, é a fonte e o sustento de sua força.
É esse o ponto de vista da Chapa Monte Castelo e é essa a responsabilidade que chamaremos a nós se o Colégio Eleitoral do Clube nos escolher para fazê-lo.
Visite nosso site: www.monte-castelo.org

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