sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O Caminho das Pedras do Desarmamento


Por Bene Barbosa*
Muitos se apegam ao otimismo e, por acharem que está tudo ótimo ou fi cará tudo bem, acabam não agindo, imaginando ser desnecessário. Outros tantos compõem o rol dos pessimistas, que, não acreditando num futuro melhor, acabam por aceitar a derrota sem ao menos tentar a vitória. Entre eles, importa-nos os realistas.
Não é novidade para ninguém que a situação conjuntural não é boa para cidadão que precisa proteger a si e a seus próximos. Porém, o mais importante não é entender onde estamos, e sim como chegamos até aqui.
O que nos fez, em menos de trinta anos, empreender uma guinada tão drástica, abandonando a realidade de um país onde a posse e porte de armas eram verdadeiramente corriqueiros – quando praticamente todas as bolsas e pastas masculinas já eram confeccionadas com coldres - até chegarmos ao absurdo nível de restrições às armas em que nos encontramos hoje.
Anos atrás, dediquei muito tempo para analisar essa questão e cheguei à conclusão que duas coisas nos trouxeram até aqui. A principal é que, durante quase 15 anos consecutivos, tivemos uma hegemonia nos discursos que demonizavam as armas de fogo e enalteciam o desarmamento. Nunca, absolutamente nunca, tínhamos qualquer espaço na mídia para, ao menos, contestarmos os dados que nos eram enfi ados goela abaixo. Como consequência dessa "opinião publicada", nossos Congressistas acabaram por votar leis restritivas, tendo seu ápice no malfadado Estatuto do Desarmamento. O segundo fator a nos conduzir para a atual realidade foi a velha história de esperar alguém fazer alguma coisa. Acreditar que um dia alguém poderoso, um messias, um Salvador da pátria, daria um basta nisso. Mas isso não aconteceu, tampouco acontecerá.
Entendido o caminho que nos trouxe até aqui, fica óbvio que nele permanecer acabará por nos afundar ainda mais no pântano do desarmamento civil. É necessário trilhar o rumo oposto, como, aliás, já vêm fazendo um bom número de contestadores da política oficial. Hoje, graças aos esforços daqueles que acreditaram na mudança, já conseguimos quebrar a hegemonia do discurso antiarmas e cada dia mais matérias, reportagens e entrevistas apontam para o fato de que o desarmamento falhou e continuará falhando. Só neste ano, incontáveis foram publicações contra o desarmamento de minha autoria ou com minha participação. Foram veiculadas por diversos órgãos da mídia nacional, o que acaba por infl uenciar diretamente aqueles que fazem as leis. Para se ter uma ideia exata disso, em 2005 tínhamos o apoio explícito de apenas oito deputados federais, e hoje já são mais de cem.
Estas circunstâncias nos mostram que a reversão da atual realidade de abominação às armas de fogo é possível, mas também que cabe a cada um fazer algo neste sentido. A época é favorável a isso, pois 2014 é ano eleitoral, quando há grandes possibilidades de levantarmos com ainda mais força o debate sobre o tema, sendo indiscutível que o debate sempre nos favorece.
E em 2014 tudo será resolvido? Realisticamente falando, não dá para acreditar em grandes mudanças, em uma "revolução" neste cenário. Contudo, seguindo o caminho inverso ao que nos foi imposto na última década e meia, podemos afi rmar que a fi losofi a antiarmas não se expandirá, encontrando na verdade contida em nosso discurso empecilho cada vez mais intransponível. A consequência, mesmo que num processo longo, será o resgate do nosso direito de defesa. Parafraseando um conceito da biologia, ouso afi rmar com plena convicção:
A LIBERDADE SEMPRE ENCONTRA UM MEIO!
*Bene Barbosa - Presidente do Movimento Viva Brasil

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