BRASÍLIA - O ex-presidente Lula fez uma viagem relâmpago a Brasília, na terça-feira,
para avaliar com a presidente Dilma Rousseff os desdobramentos da Operação
Lava-Jato e conversar sobre o novo ministério. Eles se reuniram na Granja do
Torto por cerca de três horas. Participaram da reunião, também, o presidente do PT,
Rui Falcão; o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil), e o governador da Bahia,
Jaques Wagner (PT).
Na conversa, segundo auxiliares palacianos, Lula disse a Dilma que ela deveria
definir logo sua nova equipe econômica, como forma de estancar a desconfiança
do mercado e dar uma sinalização de que a economia está sob controle,
depois de o país ter entrado em recessão técnica e de o governo ter que
fazer manobra no Congresso para mudar a meta fiscal.
Na reunião da noite de terça-feira, foi sugerido a Dilma agilizar a indicação de
nomes políticos do PT para ajudar na sustentação do governo, em meio a
tantos problemas, já remanejando, por exemplo, Miguel Rossetto do
Desenvolvimento Agrário para a Secretaria-Geral, e oficializando o
ingresso do governador Jaques Wagner (BA), que tem mandato até o dia
31 de dezembro. Wagner é nome certo no segundo mandato e será
um dos principais articuladores políticos do segundo mandato.
Segundo interlocutores do governo, Lula aconselhou Dilma a esperar
os desdobramentos da Operação Lava-Jato para definir os espaços dos
partidos aliados no novo Ministério, em função de a crise na Petrobras
afetar partidos e políticos que estariam envolvidos no esquema de
recebimento de propina. Como PT, PMDB e PP são apontados como
beneficiários do esquema, a ideia é adiar ao máximo qualquer
decisão para evitar que um eventual indicado esteja envolvido
.
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