domingo, 17 de novembro de 2013

Espetáculo fúnebre





Os peritos e agentes que a ministra Maria do Rosário mandou para São Borja desenterraram os corpos errados no jazigo da família Goulart.
Ela será candidata a senadora em 2014.

Mais uma desta perigosa "senhora"

O resultado da perícia parece já traçado, ou não ? Estilo Chavez...
Por duas vezes seguidas, os peritos e agentes que a ministra Maria do Rosário mandou para São Borja desenterraram os corpos errados no jazigo da família Goulart. Os serviços ocorreram durante a tarde e a noite de quarta-feira, mais a madrugada desta quinta. A missão só acertou o passo depois que foi chamado ao cemitério o filho do coveiro que enterrou Jango, já que o coveiro propriamente dito morreu há muito tempo. Imaginou-se, acertadamente, que o pai tinha contado a história do sepultamento ao filho, cuja memória ajudou os peritos na hora da remoção dos restos mortais.
Foi um vexame. Um serviço de amador. Os 12 peritos vestidos como astronautas não prepararam o campo de provas. A ministra Maria do Rosário e o governo do PT dispensaram a condução profissional que Ministério Público Federal e MJDH (Movimento de Justiça e Direitos Humanos) tinham montado com peritos de renome internacional da PUC do RS, assumindo tudo sozinha. Maria do Rosário pediu ao prefeito a decretação de feriado e até um palanque. Ela será candidata a senadora em 2014. Tudo foi feito em clima eleitoral. Até uma empresa de eventos de Porto Alegre, a Capacitá, foi contratada para dirigir o espetáculo em São Borja e Brasília. A Capacitá deslocou 5 profissionais para fazer o serviço.
A ministra não saiu de perto do cemitério. Às 20h30, 12 horas depois de iniciados os trabalhos, a ministra falou em tom pausado com alguns jornalistas e admitiu que o prazo inicialmente previsto para a conclusão dos trabalhos, 15h, não poderia ser cumprido, e o novo horário seria meia-noite. Ela negou veementemente erros graves na exumação. Eis esta pérola da mentira oficial: “Em hipótese alguma [ocorreram erros graves]. Houve êxito absoluto na exumação, e a demora se justifica pelo cumprimento de um protocolo ético e científico muito rigoroso”.
A demora levou Maria a pedir ajuda ao perito cubano Jorge Perez. Ambos desconversaram. O cubano sabia de tudo, mas não queria se comprometer: “Pode ser hoje ou pode ser amanhã… Nós peritos, sabemos quando começamos, mas não quando terminamos”. Eles foram lacônicos até o fim. O clima era de tensão. Os boatos se intensificaram. Quem participou da exumação não pôde sair do local até as 4h da manhã, nem mesmo os coveiros, proibidos até de falar com a imprensa.
O jazigo dos Goulart possui oito gavetas. Por duas vezes foram retirados despojos errados. Todos os cadáveres da família estão em mau estado de conservação, e foi impossível identificar os restos mortais de Jango visualmente. Não foi a única trapalhada. É que, por falta de instrumentação adequada para a remoção, foi chamado o dono da maior funerária local, que acabou acudindo os agentes do governo federal.
Somente à 4 h da madrugada de hoje [quinta-feira] os restos mortais de Jango foram reconhecidos, embalados e levados ao aeroporto da cidade. Eles não foram conduzidos à base aérea de Santa Maria, como estava previsto, porque não havia mais tempo para cumprir a programação elaborada pela ministra Maria do Rosário, que previa recepção em alto nível por parte da presidente Dilma Roussef em Brasília. A urna com os despojos de Jango seguiram para Brasília em avião da FAB.
Em São Borja, muita gente pensa que podem ter ido os despojos errados.

Políbio Braga - jornalista
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário