terça-feira, 30 de dezembro de 2014

HOMENAGEM AO COMPANHEIRO ZENILDO, FALECIDO ONTEM

Homenagem póstuma.
Armas em funeral.
debaixo de um guarda sol se foi.

Em 30 de dezembro de 2014 13:42, cmhoracio> escreveu:
BOA TARDE
Com  a emoção embaçando o pensamento tentei elaborar esta homenagem ao ZENILDO, mais um combatente de TUIUTY que parte para o desconhecido reino dos céus.
Este ano de 2014 nos levou três grandes companheiros, linhas de frente, MARTINEZ, FERRARINI E ZENILDO.
Nós, os que ficamos, choramos a perda, mas no caso do ZÊ a morte foi rápida, instantânea, honra  reservada apenas aos escolhidos e bons e o ZÊ, quem duvida?
Da matéria nada restou, mas as boas lembranças e creio todos somente as temos, porque não conheço nada que o desabonasse. Era um porto seguro aos que o procuravam para um conselho, uma conversa.  A simplicidade foi o carimbo marcante, a humildade a tinta com que chancelou todos os momentos.
Fiquemos em paz, alegres, aplaudindo a vitória do ZÊ, deve estar ao lado do Trono Celeste com a timidez que o caracterizava nesses momentos e Deus o acolhe
Amigos, familiares e em especial a nossa TURMA DAS AUTORIDADES, A TURMA TUIUTY, MAIS UM COMBATENTE NAS MILICIAS CELESTES;
PERDOEM SE NÃO CONSEGUI EXPRESSAR EMOÇÃO NO TEXTO E SE PUDEREM DIVULGAR AOS DEMAIS E SE ME FIZER DIGNO DISSO, AGRADEÇO
CMT HORACIO
ABRAÇOS, de ladinho, era assim que encerrávamos nossas alegres conversas ou mensagens ZENILDO E EU

UM RAIO QUE LEVOU ANJOS
HOMENAGEM AO TUYUTIANO ZENILDO


O ano de 1964 foi marcado para aquele jovem simples de fala mansa, humilde, tímido, que ingressava para a Academia de Policia Militar, depois de exames difíceis que exigiram muito esforço, paciência, resignação e até algumas gotas de sangue derramadas no cascalho da pista de corrida.
Algo chamava a atenção, o sorriso, patente registrada, não sei de ninguém mais que seja possuidor dessa marca benfazeja.
Todos os recém ingressos, no afã de arrumações, apresentações, não podiam se esquecer de que eram bichos, simplesmente bichos.
O uniforme de calça jeans e camisa Hering branca, a adaptação difícil e logo os fardamentos, aulas, desfiles, espadim, sufoco que o cadete ZENILDO tirava de letra e ajudava a todos, desde o líder do pelotão ao mais fraco, usando palavras de ânimo, entusiasmo, bondade.
E TUIUTY, a turma das autoridades, cresceu, se destacou e chegando ao fim do desfile deste mundo com as baixas sentidas de companheiros cuja lembrança guardamos no pensamento, alegres, brincalhões, leais, compromissados com o juramento feito.
Mas o menino ZÊ, assim passou a ser conhecido, foi levado pelo destino ao CORPO DE BOMBEIROS, paixão de muitos, exclusivo a poucos. Fogo, enchentes, desastres, lá estava o ZÊ no afã de salvar vidas, prestar ajuda, era o anjo quem o conduzia nas lições de aprendizado.
O batismo de fogo e tudo que se possa imaginar aguardava para ser colocado à prova, INCÊNDIO NO EDIFICIO JOELMA, do Brasil o mais heroico e trágico na tentativa de salvamento de vítimas. O Zê estava lá, viveu todas as emoções de um teatro Grand Guinol, chorou ao saber que era incapaz de restituir vidas, gargalhou ao salvar tantas mais.
Zê, você se lembra disso, com certeza!
- Lógico, cenas gravadas na minha mente, nunca mais esquecidas.
-Salvou muitas pessoas?
- Nem te conto e meu coração bombeiro se emociona a cada lembrança e a cada serviço. Afinal sempre servi lá.
-Zê, qual o seu segredo para essa coragem, humildade e o sorriso?
- Graças ao Bom Deus, sempre.
Assim era o Zê, a humildade em pessoa, a simplicidade dos grandes heróis que nos conquistava a todos. As reuniões da turma, fossem onde fossem, com qualquer tempo, lá estava o Zê irradiando s e a alegria de viver e estar junto com o pessoal como dizia.
O tempo passou, mas para ele não, foi generoso e o conservou para as missões do destino. Casou teve filhos e agora, pela segunda vez, havia encontrado a companheira ideal, também alegre, impetuosa, jovem em pleno vigor, o casal perfeito dizíamos nós. Viagens passaram a acontecer, Europa, Ásia, Américas, lá estavam os pombinhos no arrulhar do amor.
Aposentado, iniciou o turismo, que nunca pudera fazer, mas   estavam reservadas as lições mais e mais difíceis. Veio a terrível doença, que o fez sofrer muito, tempos negros feitos de angústia, tristeza e dor, muita dor. Ao final conseguiu a cirurgia, que durou pelo menos 18 horas em estado de sedação.
Superou a essa provação.O espirito cresceu e, a partir daí, entendeu melhor a missão divina. As reuniões mensais dos Bombeiros, Velhos Camaradas, Apito, Quartas do mês, lá estava o Zê, ora nas conversas, ora no truco gritando, rindo e vencendo bastante.
 Mas a sirene tocou, a guarnição se preparou e ZENILDO atendeu ao chamado do SENHOR, que veio buscá-lo pessoalmente e à amada esposa, aos familiares. Deus nos fala pelos raios e aos escolhidos é reservada a graça da morte sem sofrimentos, sem espanto. Deus chega fulminante e carrega nos braços os filhos amados.
O raio do Senhor se fez presente e nos alegramos em saber que o ZENILDO, o simples, humilde, o sorriso de amor, consolo, harmonia, está olhando por nós e nos consolando.
Chorar, talvez, mas aplaudir, cantar a Canção do Bombeiro, da PM, encher o peito de alegria, acenar, tenho absoluta certeza de que isso é o que ZENILDO quer ver de todos, em especial da
TURMA TUIUTY, que tanto amou e se dedicou.
Vivas a você companheiro, Loas e aplausos, que sua voz se sobressaia no Coro de Anjos.  O seu lema nos acompanhe
"PESSOAL, VAMOS VIVER TODOS OS MOMENTOS BONS, CARAMBA, DEIXA DISSO, CARAMBA."
Ouviremos a gargalhada, a voz suave e o piscar de olhos característico de um cacoete, ele dizia que era o charme....
Da matéria nada ficou, mas você está presente em cada um de nós, que tivemos a felicidade de compartilhar a missão com você

Em 30 de dezembro de 2014
Cmt Horácio





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