domingo, 2 de março de 2014

Cai o último baluarte da república




Cai o último baluarte da república

José Geraldo Pimentel

Nunca pensei que veria o meu país tão desgraçado e empobrecido, enquanto o governo se locupleta com o Erário, enriquecendo; e doando dinheiro a países governados por ditadores. Nunca pensei em ver o meu povo humilhado, ser tratado como cachorro e como tal se comportar. Um povo acomodado que se sujeita a receber uma esmola de oitenta, cento e vinte reais, - valor de uma Bolsa Família, - e despreza um trabalho com carteira assinada, quando surge um a sua frente. Essa bolsa mágica permite ‘comprar’ comida, uniforme para os filhos, passagens de ônibus, pagar aluguel de casa, e suprir todas as necessidades para viver. Nunca pensei que a lei fosse cair de joelhos nas mãos da Suprema Corte de Justiça do país. Em duas décadas é a primeira vez que o Supremo Tribunal Federal leva a novo julgamento um bando de celerados e o absolve. Razão. Pela primeira vez o STF se vê infestado por uma maioria de bandidos travestidos de autoridades, que se submete aos caprichos do Executivo. Nunca pensei que as Forças Armadas degradariam tanto, moral e materialmente, a ponto de se sujeitarem a ser humilhadas pelos governantes de plantão. Primeiro se transformando em um ‘bando’ de ‘gados fardados’, nas mãos de um ministro da Defesa, cuja moral era medida com uma fita métrica. Arrastar-se-iam como vermes, recebendo ordens de uma ‘vagabunda’, - expressão muito bem cunhada pelo deputado Jair Bolsonaro, - chegando ao ponto de desonrar a casa mais cultuada pelo Exército, por lá ser a instituição de ensino onde são formados os seus oficiais, permitindo a impostação de uma placa difamatória; e tantas ofensas e indignidades traduzidas em exposições fotográficas, confecção de um CD-ROM, exibição de uma novela pela TV, palestras e citações desonrosas nos meios de comunicação contra a instituição militar. Sem contar o arrocho salarial que transforma a classe dos militares, a que menos recebe entre as ditas da carreira de Estado. Razões para tanta degradação moral e infelicidade, existem. Primeiro somos um povo fraco, que só se mobiliza arrastado por uma causa, inicialmente nem tanto razoável, como o aumento da passagem de ônibus em vinte centavos. Consente ser tratado como um nada, que não consegue um emprego, os que buscam trabalho; tem uma formação escolar a mais baixa possível, com escolas mal tratadas, funcionários e professores mal remunerados; e desavergonhadamente aceita entrar em uma faculdade, analfabeto funcional, através de um benefício chamado de ‘cota’, que o discriminaliza junto àqueles que realmente vão à luta e estão preparados para ingressar no mundo do conhecimento. Mas é sem vergonha e aceita o benefício. Mas se adoece, não tem o benefício de ser atendido em um posto médico ou em um hospital. Morre na porta do nosocômio por falta de médicos, aparelhagens e leitos. Mas é sem vergonha por natureza e vota sempre nos mesmos candidatos, só porque gostou de sua falácia, ou recebeu o agrado de um quilo de feijão. Realmente somos um povo sem moral. Indigno de ter nascido em uma terra tão boa que “em se plantando, tudo dá...’, como disse Pero Vaz de Caminha! Uma justiça que poucas vezes funciona, quando faz é em benefício próprio. Punir só os deserdados da sorte. Os bandidos de colarinho branco ou são absolvidos, recebem habeas corpos para não serem presos quando depõem, ou encontram facilidades dadas até por membros do STF, facilitando a fuga para o exterior. Refazem os julgamentos e absolvem os condenados protegidos dos deuses. Uma instituição militar corrompida nas mãos de três comandantes militares que se perpetuam no cargo, servindo como lacaios aos donos poder. Estes senhores são omissos, bajuladores, pouco a feitos a atitudes e confundem covardia com disciplina militar. Sabem por que não largam o osso? Por falta de um oficial de pulso que adentre no Forte Apache, pegue pelo colarinho o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, e dê um ultimado. - General, assine agora esta carta de demissão, ou descarrego esta pistola de 9 mm em seus culhões!
Só isso. Restaurar-se-ia a dignidade das FFAA e, por consequência, a decência na politica, nos governos e no astral da população.
O Brasil tem jeito. Precisa só de um homem para recolocá-lo nos eixos!

Rio de Janeiro, 01 de março de 2014.







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