quarta-feira, 19 de março de 2014

Carandiru

 Pessoal


 Mais uma injusta condenação com conotação eminentemente política a irmãos que
 cumpriam o dever no caso Carandiru.


 Lamentável vê-los abandonados por muita gente.........


 Donizeti


 19/03/2014 19h17 - Atualizado em 19/03/2014 19h26






Dez policiais são condenados por mortes de presos no



Carandiru


PMs receberam penas de até 104 anos; eles poderão recorrer em liberdade.
Condenação foi pela morte de oito detentos no último andar do Pavilhão 9.







 Tatiana Santiago e Roney
 Domingos

 Do G1 São Paulo
 Após três dias de julgamento,
 jurados condenaram, nesta
 quarta-feira (19), dez
 policiais militares pela morte
 de oito presos no quarto andar
 do Pavilhão Nove da Casa de
 Detenção do Carandiru, em São
 Paulo. As penas variam de 96 a
 104 anos.



Este é o terceiro grupo de PMs condenado pela operação que resultou no
chamado "Massacre do Carandiru”, ocorrido em outubro de 1992. Ao todo, 111
presos foram mortos.
Os policiais, que na época integravam o Grupo de Ações Táticas Especiais
(Gate), foram também condenados pela tentativa de assassinato de outros
três detentos. Condenados em primeira instância, eles poderão recorrer em
liberdade até que não haja mais possibilidade de recurso.










Durante o julgamento, os réus negaram ter agido no último andar do
pavilhão. O advogado deles, Celso Vendramini, afirmou que os policiais
sempre alegaram que estiveram no terceiro andar.
A informação foi contestada pelo Ministério Público (MP). "O que nós
presenciamos hoje foi uma das maiores mentiras já contadas no júri
brasileiro. Foi simplesmente surreal, inacreditável", disse o promotor
Eduardo Olavo Campo Neto.
Os réus disseram ao juiz que a tropa foi acionada para desarmar eventuais
bombas em barricadas deixadas pelos presos. Eles afirmaram ter dado tiros
de advertência para o alto após entrar no pavimento e alegaram que foram
acompanhados por outras tropas após saírem de lá.
A pedido da Promotoria, o júri inocentou os réus de duas mortes -o pedido
foi baseado no fato de o preso Daniel Roque Pires ter sido morto por arma
branca e de o detento Reginaldo da Silva ter sido assassinado em outro
pavimento.
Além dos dez réus, três testemunhas prestaram depoimento (das 12 chamadas,
apenas quatro apareceram e uma delas foi dispensada).
Tensão e problemas técnicos
O clima entre a defesa e a acusação foi tenso. Além da discussão sobre o
andar onde o grupo atuou, as partes discordaram em diversos pontos. A
animosidade ficou evidente na tréplica da defesa, quando houve intensa
troca de insultos e acusações.
No fim da sua argumentação, o advogado Vendramini reiterou um pedido (feito
diversas vezes nos últimos dias) aos jurados que optassem pela versão dos
policiais militares. "Escolham o bem, que é a Polícia Militar de São Paulo,
ou fiquem com o mal, que são os presos do Carandiru", disse para o júri.
"Digam não ao crime organizado", completou.
Problemas técnicos, causados pela forte chuva que atingiu São Paulo na
terça-feira (18), também chamaram a atenção neste julgamento. O segundo dia
do júri foi marcado por três quedas de energia no Fórum Criminal da Barra
Funda, na Zona Oeste. Uma das falhas ocorreu em horário de almoço e duas
interromperam temporariamente o julgamento. A região onde está localizado o
Fórum foi uma das mais afetadas pela tempestade.
Julgamentos
A quarta etapa do julgamento ocorreu antes da conclusão da terceira.
Iniciada em 18 de fevereiro, ela foi cancelada em seu segundo dia após o
advogado Vendramini abandonar o plenário. O júri foi remarcado para 31 de
março.
Outros dois grupos de policiais foram julgados. O primeiro júri ocorreu em
abril de 2013. Os sete jurados condenaram 23 réus a 156 anos de prisão pela
morte de 13 presos no primeiro andar do pavilhão. Três dos 26 réus foram
absolvidos.
O júri absolveu Maurício Marchese Rodrigues, Eduardo Espósito e Roberto
Alberto da Silva, como havia pedido o Ministério Público. O promotor
Fernando Pereira da Silva também pediu que os jurados desconsiderassem duas
das 15 vítimas. Segundo ele, esses detentos foram mortos por golpes de arma
branca, o que pode significar que foram assassinados pelos próprios presos.
Em 3 de agosto do ano passado, outros 25 policiais e ex-policiais militares
foram considerados culpados pela morte de 52 detentos, sendo sentenciados a
624 anos de prisão em regime inicialmente fechado.
À época do massacre na Casa de Detenção, na Zona Norte da capital, os réus
integravam as Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da
Polícia Militar. Lá dentro, eles teriam efetuado mais de 300 disparos no
segundo andar do Pavilhão Nove. Apesar de as condenações terem sido em
regime fechado, todos recorrem em liberdade.
Antes desses júris, somente um acusado havia sido julgado desde o massacre:
o comandante de operação, coronel Ubiratan Guimarães. Ele foi condenado em
2001 a 632 anos de prisão, em júri popular, por ter dirigido a ação.
Em 2006, o júri foi anulado pelos desembargadores do Tribunal de Justiça.
Meses depois da absolvição, Ubiratan foi morto a tiros no apartamento onde morava, nos Jardins
.


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