Srs Oficiais do CBB...
Segue abaixo carta enviada hoje pelo Presidente da CERPM aos Secretarios...
São Paulo, 14 de abril de 2014.
Aos Exmos. Srs.
Secretário da Segurança Pública
FERNANDO GRELLA
Secretário do Planejamento
JÚLIO SEMEGHINI
Chefe da Casa Civil
EDSON APARECIDO
Prezados Senhores:
É com imensa consternação que me dirijo aos srs., após receber um telefonema do Secretário da Segurança Pública, Dr. Fernando Grella, na manhã desta segunda-feira, 14 de abril, informando que o Governador Geraldo Alckmin decidiu por não conceder nenhum aumento aos policiais militares.
Quero registrar aqui minha decepção e indignação para com o resultado desta negociação, que durou mais de um mês e envolveu horas de trabalho em 08 desgastantes reuniões, onde foi exaustivamente apresentados nossa defasagem salarial e os estudos sobre o impacto no orçamento do Estado da concessão de um reajuste. Nossa disposição em negociar foi incansável e canalizamos todos os nossos esforços em apaziguar uma tropa descontente e incrédula, que não acreditava mais nesse Governo, e achava que as negociações estavam se arrastando demais, inclusive postando nas redes sociais insinuações de conchavos e acordos entre a Coordenadoria e o Governo.
Foram inúmeras as vezes em que acreditei firmemente que o Governo demonstrava boa vontade em chegar a um bom termo, ainda que não atendesse plenamente às nossas necessidades. Hoje me sinto como se tivesse sido ingenuamente enganado e estou decepcionado com a atuação dos srs., pois acreditávamos que tantas informações prestadas durante nossos encontros fossem o bastante para que V. Sras. conduzissem e embasassem a decisão do Governador de forma favorável aos nossos valorosos policiais.
A família policial militar está de luto. A nós o Governo recorre quando precisa manter o estado de direito, quando almeja diminuir os índices de criminalidade para usá-los como propaganda, quando os vândalos incendeiam a cidade e quando a população está em pânico. O Governo não se sente atingido quando mais de 30 policiais morrem em apenas 04 meses, no “cumprimento do dever”, como se perder a vida e deixar os filhos órfãos fosse apenas uma questão de “ossos do ofício”. Nós merecíamos mais atenção, mais respeito, mais consideração.
Não há o que dizer à tropa em favor dos srs., desse Governo que apenas cobra resultados sem fornecer condições de trabalho e sobrevivência. Não há o que dizer à tropa em favor do civilizado uso da negociação, tendência mundial para se chegar a qualquer bom termo, quando a parte que precisa decidir não respeita o direito básico de qualquer trabalhador, que é o de receber uma remuneração digna. E este trabalhador, no nosso caso, é um homem dedicado, cujo labor é imprescindível e essencial, e cuja vida está permanentemente em risco.
Hoje me sinto derrotado, mas quero que os srs. tenham claro que V. Sas. também falharam. Foram interlocutores ineficazes e eu, em vosso lugar, me envergonharia disso.
Lamento profundamente.
Ângelo Criscuolo
Presidente CERPM
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