quinta-feira, 10 de outubro de 2013

"OS BUCANEIROS" UM CHORO, UMA LÁGRIMA...UM POR TODOS TODOS POR UM



             Repasso cronica do Cel ODAIR, grande Diretor do Colégio PM
"OS BUCANEIROS" UM CHORO, UMA LÁGRIMA....UM POR TODOS TODOS POR UM

ESTA CRôNICA FOI ESCRITA COM AS LÁGRIMAS ROLANDO SOBRE AS TECLAS.
CHOREI PELA COVARDIA PRATICADA CONTRA A PM, CHOREI PELAS FAMILIAS, PELA SOCIEDADE INERTE, FRÁGIL ....
FOI ESCRITA POR OCASIÃO DOS ATAQUES DO PCC CONTRA AS BASES PM E AS MORTES INDIVIDUAIS. ENVIEI AOS VELHOS CAMARADAS, NOSSO GRUPO PM, AGORA O FAÇO A TODA A LISTA.
NÃO CORRIGI E DEIXO ASSIM AS PALAVRAS SOLTAS CONFORME VINHAM DO PENSAMENTO EMOCIONADO.
NÃO HAVERÁ TOQUE DE SILÊNCIO MAS O TOQUE DE "AVANÇAR"


CHOREI NESTE DIA


Chorei, sim, chorei a lágrima de centenas de mães, cujo presente veio na mortalha do filho tão protegido dentro do útero e que, por  valentia insistiu em vir ao mundo alegrar a mulher que o guardou por nove meses longos e difíceis, vômitos, peso, cansaço, sofrendo calada quando o marido queria e ela não podia mais. Teve ânsias e lágrimas de expectativa e alegria ao ver o corpinho nu, coberto ainda pelo seu sangue, dar o primeiro choro de vida.
Chorei neste nefasto 13 de maio, quando libertaram o horror, os demônios, soltaram Barrabáss e crucificaram Dimas, chorei incontido com a mulher agora frágil, incrédula, tentando segurar a sua eterna criança, molhada de sangue, que agora não era o seu, era do homem valente, desprendido, que perdeu a vida sem poder se defender. Morreu pela mesma sociedade, que muitas vezes o criticou e lhe deu "porradas".
Chorei pelos trapos a que  se reduziram as fardas cinza gloriosas de outrora.
Chorei pelos  covardes, sim, pelos que cantaram o canto da sereia aos ouvidos de incautos, fazendo-os acreditar em direitos humanos, em Justiça e Paz, escondendo a verdade ambiciosa. Covardes caras pintadas, que não pouparam execrar um único homem e hoje, escondidas sob a saia das namoradinhas, sob a proteção da droga e do álcool, não têm coragem de ir às ruas em defesa daqueles que tombaram na profissão amarga de proteger vidas e a integridade das leis.
Chorei por essa omissão e desinteresse em defender os próprios direitos ameaçados.
Chorei com mães, viúvas e mães de filhos atônitos por  não entenderem:
- O que fez papai?
- Acorda papai, é hora de trabalhar, acorda!
- Mamãe! Papai foi viajar? Quando ele volta?
Chorei ao ver o soldado corajoso tombado na sarjeta, sem nenhum grito de louvor ao herói.
          Chorei pelas incúrias, pelos discursos hipócritas que farão ao policial desconhecido e lembrado apenas na eleição.
Chorei de mãos postas a Deus, lembrando palavras do bardo "Senhor, que bandeira é  esta? Que país é este? Senhor Deus dos desgraçados.." dai-nos a tua lança e tua espada para ferir  de morte o inimigo injusto. Pisai a cabeça da cobra, esmagai o corvo agourento, mas não vos  esqueçais Senhor, de nos dar a coragem e sabedoria nestas horas insanas.
Chorei pelas mentiras, pelo miserável salário recebido para ouvir críticas, ser usado para lucro da mídia, servir de trampolim político pelos oradores e carpideiras de plantão.
Chorei ao ver esfarrapada a bandeira de sofrimento e glórias da Milícia bandeirante: Canudos, Laguna, Paraguai e tantas mais. No Mausoléu se ouvem as vozes dos heróis perguntando se foi em vão a saga de 32, morreram nas trincheiras pela democracia, ou para esta inversão de valores? Tocam as cornetas conclamando à luta em defesa dos direitos.
Chorei relembrando o chamado: "TU ÉS PAULISTA"! Migrantes de norte a sul levantem o braço, é chegada a hora de um basta à covardia e à corrupção.
Chorei neste dia das mães e gritei, junto com elas, pedindo socorro à ROTA, RUDI, RONE, PTM, CAVALARIA, mas nosso pedido foi em vão, nada disso restou, queimou-se o trigo, livraram caminhos para a marcha tenebrosa das drogas, dos facínoras, sádicos e outros mais, confiantes na impunidade e na falta de moral decorrente de tanta corrupção e omissão.
Chorei por ouvir conselhos para esconder a identidade conseguida após trinta anos de serviço e tive que capitular diante dos fatos que aí estão.
Chorei ao lembrar da antiga autoridade policial, dos tempos em que o marginal sabia que se matasse um que fosse, estaria condenado ao lado da retaliação de outros bandidos. Passagens bíblicas atestam o poder do castigo, dos sacrifícios aos deuses e ainda hoje a pena de morte, corte de membros, assusta  os criminosos.
Chorei as lágrimas de meus velhos superiores, de meus novos subordinados a quem podemos apenas consolar e exortar a Justiça dentro da Lei.
Chorei pelos discursos, abaixo-assinados, falatórios, diz que diz, depoimentos destituídos de base, proferidos por leigos ou profissionais que nunca sentiram o cheiro de pólvora nem da gasolina.
Chorei ao elaborar esta crônica e concluir que nada sei e nem capacidade ou palavras me restam.
CmtHorácio






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