domingo, 15 de novembro de 2015

desespero do PT

A cartilha contra a Lava Jato e o desespero do PT - Revista Época

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A cartilha contra a Lava Jato e o desespero do PT

O documento editado pelo partido mostra o PT mais PT do que nunca, ao colocar-se como vítima indefesa de ataques sórdidos, venerar "petroleiros" como João Vaccari Neto e difamar quem procura desmantelar o seu esquema de corrupção por atacado

JOSÉ FUCS

11/11/2015 - 21h00 - Atualizado 11/11/2015 21h31

Cobrança de R$ 20 bilhões desviados da Petrobras preocupam Lula e o PT

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A cartilha divulgada pelo PT na terça-feira contra o juiz Sergio Moro, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, e "setores" do Ministério Público e da Polícia Federal, mostra o grau de desespero do partido diante das acusações que proliferam em ritmo acelerado contra ele e seus dirigentes, em especial o ex-presidente Lula.

A perspectiva de que brote alguma acusação formal contra Lula e de que o Ministério Público venha a cobrar os R$ 20 bilhões desviados da Petrobras pelo PT e por outros partidos provoca calafrios no comando petista, já que a medida, se efetivada, poderá resultar na quebra da legenda e na cassação de seu registro.

Se alguém ainda tinha a ilusão de que, desta vez, ao contrário do que aconteceu no mensalão, o PT faria uma autocrítica séria sobre os malfeitos e enfrentaria como gente grande as acusações que pesam contra o partido e seus caciques, deve estar lamentando a ingenuidade perdida. Como seria de esperar, para quem conhece o modus operandi do partido, o PT agora foi mais PT do que nunca.

Na cartilha de 32 páginas(!), intitulada Em defesa do PT, da verdade e da democracia e disponível em seu site, o PT retoma o chororô do mensalão contra a "tentativa de criminalização" do partido, com o objetivo de eliminá-lo da vida política brasileira. Em seu projeto hegemônico de poder, o PT e seus caciques simplesmente não admitem a existência de profissionais, com "P" maiúsculo, na Justiça, no Ministério Público e na Polícia Federal, como Moro, que não se curvem a seus esquemas. Os que ousam enfrentá-los, com base em informações e dados objetivos, como extratos de contas no exterior e outras provas apresentadas nas delações premiadas da Lava Jato, tornam-se alvo de uma onda difamatória cujo único objetivo é construir uma "narrativa", como gostam de dizer os dirigentes petistas, para iludir os incautos e alimentar o discurso de suas milícias nas ruas e nas redes sociais.

Sob a suspeita de ter promovido a industrialização do pixuleco "por dentro", ao transformar o dinheiro proveniente do propinoduto da Petrobrás em doações legais, o PT recorre mais uma vez à velha tática de se colocar como vítima indefesa contra "a campanha de aniquilamento comandada pela mídia monopolizada" e investe contra instituições cuja independência são essenciais para a democracia que se pretende consolidar no país.

Como já havia acontecido no mensalão, o PT defende, sem qualquer constrangimento, "petroleiros" como João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro petista preso pela Lava Jato em Curitiba, e outros companheiros considerados injustiçados. Só não revela que os defende, mesmo diante de todas as evidências de envolvimento no petrolão, porque Vaccari e seus parceiros, ainda que levassem alguns trocados para casa, segundo as acusações feitas até agora no âmbito da Lava Jato, agiam em nome do PT e do engenhoso sistema de corrupção criado para financiá-lo.

Como se o seu líder supremo não tivesse sido o responsável pela divisão do povo brasileiro em "nós" e "eles", o PT volta a dizer – coitadinho – que é alvo de uma "campanha de ódio, intolerância e mentiras".  Em vez de apresentar novos fatos em sua defesa, que sejam críveis o suficiente para convencer quem tem um mínimo de inteligência, o PT está mais preocupado em vociferar contra os "vazamentos criminosos" que estariam sendo feitos contra o partido e seus dirigentes nas investigações e processos em andamento.

Felizmente, hoje, o Brasil já não engole esse bestialógico criado pelo PT. Talvez, nas reuniões do PT ainda haja espaço para venerar petroleiros e mensaleiros, enquanto for conveniente. Porque, quando não for, como é o caso hoje de José Dirceu, também preso pela lava Jato, o presidente do partido, o amargo Rui Falcão, fará pressão para que deixem o partido. Mas, fora dos bunkers petistas, os brasileiros preferem cultuar heróis de um novo Brasil, livre de pixulecos, como Moro e seus colegas da força-tarefa da Lava Jato.

Jorge B. Ribeiro

jorjagulha@uol.com.br

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