DEBOCHANDO PARA INDUZIR VERDADES.
Jorge B. Ribeiro
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Para terem direito de protestar em rodovias, caminhoneiros se disfarçam de MST
BR
101 – Após determinação do ministro da justiça, José Eduardo Cardozo,
de que sejam aplicadas multas de R$ 1.915,00 aos caminhoneiros que
interditarem rodovias federais, os líderes do movimento adotaram uma
estratégia criativa na tarde de hoje, deixando Sua Excelência um tanto
quanto confuso.
Cardozo,
que na manhã de hoje afirmou que o movimento dos caminhoneiros não tem
pauta de reivindicação, determinou que a força policial fosse utilizada
contra aqueles que insistirem em bloquear as vias.
“Isso
é um movimento com viés claramente político, que tenta pressionar a
presidenta só por causa de umas roubalheirazinhas de nada e desse
discreto caos pelo qual passa a economia, resultado da herança maldita
de FHC e dos governos elitistas que governaram o país por quinhentos
anos”, declarou o ministro.
Face
a recalcitrância dos caminhoneiros em continuarem o protesto, Cardozo
determinou que efetivos policiais se dirigissem até os locais das
manifestações e “descessem o sarrafo em que insistir em bloquear as estradas”.
A
ordem, no entanto, não pode ser cumprida, pois ao chegarem a um ponto
da BR 101, os policiais se depararam com uma suposta manifestação do
Movimento dos Trabalhadores (sic) Rurais Sem Terra – MST.
“Quando
vimos a bandeira do MST, resolvemos não cumprir a determinação do
ministro, já que quando os sem terra bloqueiam rodovias têm apoio do
governo”, declarou um PRF que não quis se identificar.
Após receber informações sobre o ocorrido, Cardozo, visivelmente surpreso, exclamou:
“Ah, são os sem terra que estão interditando a BR? Então tá de boas, eles podem.”
O
ministro determinou a remessa de duzentos e trinta e quatro mil reais e
dois centavos para apoiar o movimento, mediante fundamento de “incentivo à reforma agrária e à agricultura familiar”, o que foi duramente criticado por parlamentares da oposição.
“Colocar
polícia para reprimir manifestações pacíficas, que são um direito
inalienável no estado democrático de direito, é sinônimo de criminalizar
os movimentos sociais”, declarou o ministro em respostas aos críticos.
O mal entendido foi dirimido algumas horas após, quando a ABIN revelou o artifício utilizado pelos caminhoneiros.
“A
ABIN desconfiou, porque muitos dos presentes possuíam carteira de
trabalho. Como se já não bastasse o golpismo, ainda tentam se passar por
um movimento democrático que luta contra a monocultura e contra o
latifúndio! Essa manifestação é ilegítima, pois impede o pleno exercício
do direito de ir e vir e a polícia deve tomar providências”, declarou.
Até
o fechamento desta reportagem não foi informado pelos caminhoneiros os
rumos do protesto, mas um dos participantes do movimento declarou que
pensa em deixar de trabalhar e passar a invadir propriedades alheias
para poder protestar sem ser importunado.
“Talvez eu consiga até ganhar uma grana por meio de ONG’S se fizer isso”, avaliou.
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