segunda-feira, 30 de novembro de 2015

BTG PACTUAL - RISCO DE IMAGEM - LIÇÃO PARA TODOS

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: "Toros Neto" <torosneto@gmail.com>
Data: 29/11/2015 17:20
Assunto: Fwd: BTG PACTUAL - RISCO DE IMAGEM - LIÇÃO PARA TODOS
Para:




----- Original Message -----
Sent: Friday, November 27, 2015 6:43 PM
Subject: BTG PACTUAL - RISCO DE IMAGEM - LIÇÃO PARA TODOS



Como se sabe, as investigações da Operação Lava-jato levaram, no dia 2015 1125, à prisão do senador Delcídio Vovó Mafalda (atual Vovó Metralha) do Amaral. À reboque foi o então presidente do BTG Pactual, André Esteves. A acusação foi de conspirar e negociar a fuga para a Espanha de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, também preso durante a Operação Lava Jato, caso este recebesse um habeas corpus, que também seria obtido de forma delituosa. Nesse mesmo dia, as ações do BTG Pactual na Bovespa chegaram a recuar 30%. Imediatamente, quaisquer pesquisas na Internet, que procurassem pela BTG Pactual, já mostravam, como presidente, Pérsio Arida!

Qualquer instituição financeira, tem, como mercadoria, o Dinheiro, mas o veículo é a Confiança! Por isso todos envolvidos em tais instituições, especialmente Conselheiros, Diretores e Colaboradoes, tem que ter, p-e-r-m-a-n-e-n-t-e-m-e-n-t-e, um comportamento ilibado. Não importam os números positivos de uma instituição financeira, se, por exemplo, seu presidente incorrer em deslizes, por menores que sejam, o prejuízo de imagem da instituição afetará, inevitavelmente, sua credibilidade e, por conseguinte, seus resultados. Por muito pouco pode ocorrer o fenômeno mais temido por qualquer instituição financeira: o estouro da boiada. É quando um cliente decide não correr riscos e saca seus ativos. O outro cliente fica sabendo, e resolve sacar também... E o outro. E o outro.

Nessa história, o BTG Pactual, o 6. maior banco privado do País, com acionistas brasileiros e internacionais, da manhã para a tarde, perdeu R$9 bilhões, dos R$148 bilhões que administrava! Por isso, antes que André Esteves chegasse na sede da Polícia Federal, um peso pesado de credibilidade, como Pérsio Arida, um dos idealizadores do Plano Real, já ocupava a presidência da instituição.

Pode parecer uma eficiência ímpar, mas não é. Foram tão somente reativos. Há muito a mídia vem ligando (BTG Pactual)-(Sete Brasil)-(Lava-jato). Os riscos sempre são maiores, e mais negligenciados nas instituições financeira que vão bem. Deveriam, já, na primeira fumacinha, ter tomado as providências que ora tentam tomar, no meio de um incêndio gigantesco. Segundo se lê, o incêndio está sob controle, mas o fogo não foi totalmente apagado. Acredita-se que o BTG sairá definitivamente chamuscado, se sair.

Tudo bem que estejamos falando do erro, imperdoável, de um multi-milionário, que detém quase um terço das ações de um dos maiores bancos do País, mas o centrum centrorum (de novo) dessa questão é a que nos levou essa política petralha de esquartejamento do País.


http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/8072/imagens/charge.png +
http://ilustrando.zip.net/images/lula-cabeca.jpg [adapt. jdf]


Abaixo entrevista do Valor Econômico com Pérsio Arida, na data de hoje.

Em tempo: manchete da Folha de S.Paulo de hoje: Banco Central estuda como evitar que André Esteves volte à chefia do BTG - Uai! Ele vai ser solto logo?!

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'BTG não pode ser implicado na Lava-Jato'

Valor Econômico, 2015 1127  05h00

Desde a prisão do banqueiro André Esteves, na manhã da última quarta, e a operação de busca e apreensão na sede, o BTG Pactual, na avenida Faria Lima, transformou-se num grande gabinete de crise. No lugar das tradicionais reuniões com clientes, as salas do 14º andar passaram a abrigar infindáveis teleconferências e encontros entre sócios acionistas e reguladores para monitorar a situação de liquidez do sexto maior banco privado do país, preservar negócios e traçar os rumos em meio a um cenário de estresse sem precedentes na história do banco. A tensão é notável, embora todos tentem transmitir um ar de tranquilidade e até de descontração. <<< Isso se chama tentar tapar o sol com a peneira.

Foi nesse clima que o economista Persio Arida, sócio do BTG Pactual e apontado ainda na quarta-feira como CEO interino, recebeu o Valor na tarde de ontem para uma entrevista espremida entre reuniões, com duração de 35 minutos e que teve seu início retardado por mais de uma hora, enquanto outras questões urgentes eram resolvidas. Questionado se o banco estaria à venda, ele foi enfático: "Certamente não". Sobre o suposto envolvimento do banqueiro e controlador do BTG com os planos de impedir as investigações da Operação Lava-Jato, Arida disse acreditar não ser plausível. "Não sei como julgar. Não temos nenhuma base para imaginar que algo similar [envolvimento de André Esteves] aconteceu." Ele negou que o banco possa ser implicado nas investigações, mas revelou que os sócios decidiram fazer um pente-fino de todas as operações que possam estar "remotamente vinculadas" à prisão do banqueiro.

Apontado como interino, Arida não discute neste momento sobre uma eventual sucessão no banco. Leia abaixo a entrevista.

Valor: O banco está à venda?
Persio Arida: Certamente não.

Valor: O banco pode ser implicado nessa investigação?
Arida: Fomos tomados de surpresa com tudo que aconteceu. Não vejo nenhuma maneira pela qual o banco possa ser implicado nesse processo. Confesso que não entendemos o que se passa exatamente. Mas trata-se de um equívoco, confiamos na Justiça e, como cidadão, tenho confiança que a Lava-Jato veio para o bem do país e que a verdade vai se estabelecer rapidamente.

Valor: O sr. acha que isso [a prisão] é um equívoco da Lava-Jato?
Arida: Não sei como julgar. Não temos nenhuma base para imaginar que algo similar [envolvimento de André Esteves] aconteceu. Não nos parece plausível. Vamos aguardar. Temos confiança na Justiça, de que tudo vai se esclarecer rapidamente e a situação vai se normalizar. O banco não está afetado de forma nenhuma. Por precaução nossa, dever fiduciário, estamos conduzindo uma revisão sistemática de tudo, as operações do banco, de tudo que possa estar remotamente vinculado a esse processo. Inclusive com a presença de membros do conselho de administração independentes. Mas só para ter certeza do que nós previamente já temos muita segurança, de que não há nada no banco. <<< Não sei o que quiz dizer com membros do conselho de administração independentes! Por definição todos os membros de um conselho administrativo tem que ser independentes. Talvez quizesse dizer os decanos, aqueles mais experientes, que já tenham suportado crises... Ficou estranho.


Pérsio Arida

Valor: Estão revendo operações?
Arida: Temos que olhar novamente as operações uma a uma, cuidadosamente.

Valor: Que tipo de operações?
Arida: Quaisquer operações que envolvam qualquer conexão com esse episódio.

Valor: Qual episódio?
Arida: O episódio prisão do André, obviamente. Temos certeza que não tem nada, mas como somos uma companhia aberta, com investidores internacionais, o procedimento de governança recomenda uma atitude desse tipo.

Valor: Mas, por exemplo, a operação da BR Distribuidora...
Arida: Mais detalhes eu não vou lhe dar agora. Não é uma preocupação nossa. A motivação é governança e qualquer companhia aberta faria.

Valor: O caso específico que aparece na gravação [que Bernardo Cerveró fez de conversa com o senador Delcídio Amaral (PT)], sobre o embandeiramento de postos de gasolina. Essa operação não é dentro do banco, é?
Persio Arida: Nunca foi feita pelo banco.

Valor: Ela é de sócios em comum [com o banco]. Quais sócios, além de André Esteves?
Arida: Eu não estou autorizado a dar essa informação. Posso te dizer com certeza que não é uma operação do banco. Posso dizer também que foi um investimento extremamente mal sucedido, tanto é que os sócios da companhia lançaram como prejuízo.

Valor: Sobre outras operações do banco que envolvem Petrobras, a joint venture com a estatal para operar na África, aí sim é operação do banco?
Arida: Essa é operação do banco. Tem fundos, outros investidores também, além de uma parcela direta do banco.

Valor: Sete Brasil também é um investimento do banco e clientes?
Arida: Formalmente é um fundo e tem banco e investidores. Sete Brasil é um caso de project finance concebido pela Petrobras que pareceu extremamente rentável e atrativo. Todo setor bancário brasileiro participou, alguns bancos só deram crédito, outros só ações, alguns bancos deram os dois. Foi certamente o pior investimento da nossa história.

Valor: É possível dissociar a imagem do banco da imagem de André Esteves?  <<< A resposta é - Não!
Arida: Essa pergunta tem sido feita muitas vezes. Claro que André Esteves, pela trajetória empresarial, pelo carisma, pela energia, foi sempre a face mais emblemática do banco. Os sócios todos sempre acharam conveniente que o banco fosse cristalizado numa face. Mas quem toca o banco é a "partneship" [sociedade]. O banco é muito maior que a figura emblemática. O modelo de partnership praticamente desapareceu nos bancos no mundo, com as aberturas de capital. Nós optamos por uma rota diferente, inovadora, de manter o partnership. Ninguém vendeu quando houve a abertura de capital. Fizemos um aumento de capital, não houve oferta secundária e mais de 80% das ações são do partnership. Então, nós tocamos sociedade do mesmo jeito que tocávamos antes. Essa é a força do BTG Pactual, os sócios estão todos juntos, trabalhando normalmente.

Valor: Alinhados?
Arida: Completamente alinhados. São 200 sócios, estrangeiros e brasileiros, e os estrangeiros são crescentes porque o banco se internacionalizou.

Valor: Mas essa partnership tem uma peculiaridade. Porque, quando se olha a composição acionária, é possível ver que André Esteves tem uma participação muito superior à dos demais sócios [28,4% do capital da holding controladora é de Esteves. Os outros dois maiores sócios, Roberto Sallouti e Marcelo Kalim, têm 5,6% cada um].
Arida: A legislação brasileira obriga que você identifique o controlador de um banco. O André é o controlador do banco, sem dúvida. Mas é muito diferente a figura do controlador da figura que a gente tem em mente do dono do banco. Sei que frequentemente o André aparece como o dono do banco no jornal, o que dá a impressão de que o dono do banco decide discricionariamente sobre todo e qualquer assunto, como os banqueiros de antigamente. Como o Gastão Vidigal [do Mercantil de São Paulo, já morto], em que o banco era ele, ele decidia tudo.

Valor: Aqui não é assim?
Arida: Aqui não é assim. Nem do ponto de vista societário, nem de como a gestão é feita. A gestão é do partnership. Sempre foi assim.

Valor: Mas o André Esteves tem uma golden share [ação que concede poderes especiais ao controlador].
Arida: Para que serve uma golden share? Quando você tem menos de 50% [do capital ordinário na mão de um sócio], é como você define o controle. Caso contrário, você não teria controle definido.

Valor: Mas isso dá o controle. Quais são os direitos atrelados à golden share?
Arida: Infelizmente, o documento da partnership não é público, é privado. Deixa observar algo: uma coisa é o controle formal, outra é como as coisas de fato funcionam. Qualquer sociedade tem um acordo implícito de acionistas. Aqui, essa cultura tem 30 anos e transcende qualquer coisa que esteja escrita no papel. Tem uma expressão, de quando se formou o BTG Pactual, que é até muito ruim: aqui é a
ditadura do argumento. Eu não gosto da expressão, mas no fundo é isso, se um sócio tiver uma opinião melhor que a sua e defender essa opinião, o interesse de todos é que aconteça o melhor.

Valor: Na prática isso supera um acordo de acionistas?
Arida: Certamente. Não é que vá contra o acordo de acionistas, de maneira nenhuma, mas o modus operandi é que você respeita opiniões. Às vezes tem um sócio pequeno, que tem opiniões muito firmes sobre alguma coisa e convence os outros e todos seguem a opinião dele. Não tem importância que ele tenha poucas ações.

Valor: Como foram os pedidos de resgate na quarta-feira, dia da prisão?
Arida: Eu já vi muita coisa na minha vida. Já fui diretor da área bancária do Banco Central, presidente do Banco Central, trabalhei muitos anos no Itaú Unibanco e como macroeconomista estudei os fenômenos financeiros a vida inteira. Houve saques, sem a menor dúvida, mas aquém do que eu teria imaginado que teria. Dada a repercussão do caso, me surpreendeu para menos. Quando pensei a respeito, há uma boa explicação: esse cliente nos conhece há muito tempo, nos acompanha, conhece, confia. Os saques acabaram sendo muito menores do que eu imaginava dada a magnitude do problema.

Valor: O senhor se refere às duas coisas, tanto liquidez do banco como os fundos?
Arida: O saque dos fundos aconteceram, mas não afetam o banco por definição. Saques sobre o banco existem, mas nós tivemos sempre uma liquidez elevada. Na nossa última divulgação de resultados, houve muita pergunta do sentido de se manter um nível de liquidez tão elevado e um volume de depósitos elevados, dado o fato que os depósitos rendem menos que outras aplicações.

Valor: Mas vocês imaginavam que poderiam ter um evento de liquidez?
Arida: A prisão do André foi um evento que nos pegou de surpresa. Ninguém nunca pensou remotamente que poderia acontecer algo assim na companhia. Estamos perplexos com o evento, mas nossos níveis de liquidez são mais que adequados para enfrentar a questão.

Valor: O caixa é de R$ 40 bilhões?
Arida: Eu não posso comentar caixa pelo sigilo bancário. Essa era a posição de caixa no fechamento do último trimestre e foi o que foi divulgado no balanço.

Valor: Tivemos informação de um volume de saques pequeno no banco [sem contar fundos], em torno de R$ 2 bilhões.
Arida: Os saques foram muito aquém do que eu teria imaginado.

Valor: Qual foi a reação dos clientes de fora do Brasil, em especial do BSI, na Suíça?
Arida: O BSI é um mundo diferente. O banco existe há 140 anos, em outra jurisdição, com uma base de clientes muito diversificada e basicamente pessoa física. Tem um funding muito estável e uma legislação insulada - ele é percebido como ser à parte porque é um ser à parte. Temos zero de preocupação com o BSI, nenhuma.

Valor: Mas os clientes questionaram? Houve pedido de resgate lá?
Arida: Por sigilo bancário, eu nem tenho acesso a essa informação daqui do Brasil. Essa é uma informação acessada na Suíça. Nós obviamente conversamos com os reguladores suíços. O chairman do banco, que é suíço inclusive, prestou as informações aos reguladores e, depois de conversar com o chairman, tive a informação de que a situação está absolutamente normal lá.

Valor: O banco tinha plano de contingência?
Arida: Plano de contingência, sem dúvida temos. Todos os bancos têm.

Valor: Em que medida os fundos do BTG estão expostos ao risco banco?
Arida: Não estou autorizado a dar o número exato, mas, por postura nossa, quando existe essa exposição é em níveis muito baixos. Adotamos limites máximos, caso contrário daria impressão equivocada ao cliente. Uma coisa é o cliente querer correr risco BTG Pactual e comprar CBD e LCI.

Valor: A regra diz que o limite é de 20% do fundo em papéis do banco. Vocês operam abaixo desse limite?
Arida: Bem abaixo.

Valor: Sobre a base de captação, há um volume elevado de depósitos à vista e com vencimento de curto prazo. Como se explica, já que não é um banco de varejo?
Arida: Isso reflete a liquidez consolidada do BTG como um todo, e o BSI em particular é extremamente líquido. Como a taxa de juros da Suíça é negativa, é melhor para os clientes deixar o dinheiro no banco aplicado a taxa zero do que pagar também a taxa de administração em um fundo; e por isso tem muito depósito à vista.

Valor: E sem contar o BSI, qual o perfil de captação do banco?
Arida: Nós reportamos o consolidado e eu não posso decompor esse consolidado.

Valor: Como foi a interação com o Banco Central e com os outros reguladores?
Arida: Tomamos atitude pró-ativa de conversar com reguladores. Tanto no Brasil, como no Chile, na Suíça e em todos os outros países em que temos entes regulados. Explicamos a todos a situação e a postura dos reguladores tem sido extremamente positiva. O próprio Banco Central do Brasil emitiu comunicado a esse respeito. Estamos em contato constante. Eu já fui regulador, então sei a importância que tem
quando o regulado tem uma postura ativa e contata o regulador, conta como está sua posição exatamente.

Valor: Mas qual explicação foi dada?
Arida: Não precisa de explicação. Você teve um evento, que foi a prisão do CEO e, naturalmente, você tem saques nessa circunstância. Isso não precisa ser explicado. Mas me surpreende que eles foram muito menores do que eu teria imaginado.

Valor: Quão menos?
Arida: Em algum momento para frente eu posso contar.

Valor: Como estão as linhas de bancos estrangeiros para o banco?
Arida: Essas linhas têm ficado completamente estáveis, que é o que se poderia imaginar. Na verdade elas são condicionadas ao preço de ativos.

Valor: Mas poderia ter havido corte dos limites...
Arida: Poderia, não houve. Está seguindo o trâmite normal.

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