Na noite de terça-feira, 28, o programa jornalístico 'Jornal Nacional' iria exibir uma entrevista com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), onde ele falaria do processo aberto no STF e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra ele. De última hora o telejornal decidiu cortar a entrevista e exibir uma fala de poucos segundos do parlamentar. Para se defender, o deputado usou a internet para divulgar a entrevista completa, de quase treze minutos. Em poucas horas as imagens disponibilizadas pelo deputado começaram a repercutir entre outros políticos e meios de comunicação. No decorrer da conversa com a repórter, o político é questionado sobre os dois processos dos quais é réu, ocasião em que ele os explicou detalhadamente, incluindo a sua defesa com um exemplar da Constituição Federal em mãos.
Denúncia no STF
Jair falou sobre a situação que desencadeou a denúncia junto ao Supremo. O deputado alega que estavadefendendo uma vítima de estupro e assassinato e que a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) defendia o criminoso, que na época era menor de idade.
Devido ao conflito de opiniões entre os dois, a deputada o chamou de estuprador e ele, de maneira reflexa, revidou a acusação alegando que não a estupraria porque ela não merecia.
Denúncia no Conselho de Ética
Já no Conselho de Ética da Câmara o deputado é acusado de fazer apologia à tortura durante seu voto favorável ao impeachment de Dilma Rousseff. Na ocasião, ele dedicou seu voto, dentre outras coisas, ao coronel Carlos Alberto Ustra, que havia lutado contra a implantação do comunismo no Brasil.
A defesa do deputado federal
Com a Constituição em mãos, o deputado deixa claro que possui imunidade parlamentar para falar, opinar e votar sem que corra o risco de responder civilmente ou criminalmente por seu ato. Essa imunidade de que o deputado fala está prevista no artigo 53 da CF e se estende aos senadores.
Bolsonaro afirma que está tranquilo quanto aos dois processos, pois em nenhum momento negou sua conduta, sendo a primeira uma defesa a uma acusação de Rosário e a segunda sua liberdade de expressão durante seu voto. A imunidade parlamentar constitucional cobre atos dentro e fora do plenário, sendo referentes ao cargo e não à pessoa.