sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Pistolas foram negociadas por R$ 4 mil nas ruas de SP

31/10/2014 às 00h10 (Atualizado em 31/10/2014 às 11h31)

Pistolas foram negociadas por R$ 4 mil nas ruas de SP

Ex-cunhado de PM preso pelo furto das 31 armas da Rota foi apontado como responsável por revender armamento. Julgado em setembro, soldado foi condenado a seis anos de prisão 

André Caramante, Do R7

furto das 31 pistolas .40 da Rota começou a ser investigado oficialmente em setembro de 2013, um mês após técnicos da fornecedora de armamentos Forja Taurus terem ido ao quartel general da Rota, no bairro da Luz, região central de São Paulo, para fazer o recall das armas, entre 19 e 23 de agosto. Segundo os PMs, elas disparavam sozinhas e precisavam de reparos.

Ao promoverem o inventário do armamento, em setembro de 2013, dois oficiais responsáveis pela reserva de armas da Rota descobriram o sumiço das 31 pistolas .40 e o soldado Emerson Washington Gomes, 38 anos, 19 deles na PM e auxiliar de armeiro, passou a ser investigado sob suspeita de envolvimento no furto.

Durante a investigação da Corregedoria (órgão fiscalizador) da PM, a vida do soldado Emerson foi devassada pelos P2, como são chamados os policiais militares que trabalham à paisana, que investigam outros policiais e também civis suspeitos de crimes contra PMs.

Zarelho

Com ordem da Justiça, os sigilos telefônico e bancário do soldado foram quebrados, mas nenhuma movimentação financeira foi detectada. A Corregedoria também investigou amigos, parentes e moradores do bairro de Perus (zona oeste de São Paulo), onde o soldado Emerson vivia até 21 de outubro de 2013, quando foi preso sob suspeita de furtar as armas da Rota.

Ao percorrer o bairro de Perus, a Corregedoria descobriu que um ex-cunhado de Emerson tinha oferecido aos comerciantes do bairro a venda de pistolas .40, por R$ 4.000 cada, mas nenhuma negociação chegou a ser comprovada pelos P2.

Um morador de Perus localizado pela Corregedoria chegou a dizer ter visto a pistola oferecida pelo ex-cunhado Emerson, mas que percebeu “ser um B.O.” (um problema) comprá-la porque ela tinha zarelho, a alça metálica usada para fixar a bandoleira, uma tira que prende a arma ao corpo do policial.

Julgado em 25 de setembro deste ano por um juiz togado e quatro oficiais da PM que compõe a 4ª Auditoria Militar, do TJM (Tribunal de Justiça Militar), o soldado Emerson foi absolvido das 31 acusações de furto das armas da Rota, mas acabou condenado a seis anos de prisão por ter duplicado a numeração de duas pistolas, uma delas entre as desaparecidas. O soldado Emerson sempre negou ter ligação com o sumiço das pistolas.

A pistola .40, nº de série SDM11558, usada na morte do soldado da PM Genivaldo Carvalho Ferreira, 44 anos, foi uma das 31 armas que desapareceram da sede da Rota, no bairro da Luz, região central de São PauloAndré Caramante

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