quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Petistas já temem reação de voto em Aécio, de quem iria votar nulo ou em branco, para derrotar Dilma

Artigos vários



Alerta Total


Posted: 22 Oct 2014 02:42 AM PDT

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Um fenômeno inesperado, sob a qual as máquinas partidárias não têm controle, pode decidir o segundo turno da eleição presidencial no domingo que vem. Eleitores que votariam em branco ou anulariam o voto, porque não aprovam nenhum dos candidatos, ensaiam uma ação pragmática de protesto: votar em Aécio (na cabeça deles o menos pior) para derrotar a corrupção, a incompetência administrativa e o autoritarismo - características cristalizadas na imagem de Dilma Rousseff. A tal voz rouca das ruas já começa a urrar mais alto contra o PT.

Dilma pode até vencer a eleição, como indicam os sempre falhos institutos de pesquisa e alguns informes produzidos por consultorias empresariais isentas ou não. Nas atuais circunstâncias, o triunfo de Dilma representa uma grande derrota para ela e seu grupo. Pior ainda, a vitória dela significa uma derrota fragorosa para a maioria do eleitorado que deseja mudanças efetivas, honestidade e competência na gestão da coisa pública. Dilma simboliza o contrário disto. Por isto, não tem mais condições morais de governar o País.

Dilma é cabra marcada para sofrer um impeachment (ou até golpe pior) em seu eventual segundo mandato. Toda a sacanagem que ainda está para vir a público, desvendada e confirmada, com provas, pelos vários processos resultantes da Operação Lava Jato, tornam o governo petista absolutamente insustentável, do ponto de vista político e econômico. O casebre de lama petralha vai desabar completamente quando for julgado o quase certo processo na Corte de Nova York sobre os escândalos na Petrobras. Investigações em sigilo do Departamento de Justiça dos EUA, em conjunto com a Security and Exchange Comission (xerife do mercado de capitais) atingirão dirigentes e conselheiros da Petrobras, com alto risco até de envolver, diretamente, o nome da própria Dilma (que presidiu o conselhão da estatal de economia mista nos tempos dos malfeitos de Paulo Roberto Costa e demais aliados).  

Enfim, os sinais de que o mundo vai acabar para os petralhas já são claramente enviados. Dilma Rousseff já foi forçada admitir, muito a contragosto, a existência de roubalheira na Petrobras. Só falta, agora, ela assumir que sabia de tudo. É que se espera de quem é Presidenta da República (representante máxima da União, a controladora da empresa), com o agravante de ter sido Ministra das Minas e Energia, Ministra da Casa Civil da Presidência e ter ocupado, nada menos, que o cargo de “presidente” do Conselho de Administração da Petrobras – atualmente função de Guido Mantega, seu demissionário ministro da Fazenda.

Dilma continua devendo uma resposta concreta aos cidadãos brasileiros, antes do risco de acabar reeleita pela fraude eleitoral (perfeitamente possível) ou pela expressiva votação dos ignorantes sem noção junto com os fanáticos petistas e os beneficiados pelas diversas boquinhas oferecidas pela máquina federal com o dinheiro público.

Com o nosso totalmente na reta final, o candidato da “oposição”, Aécio Neves, tem o dever de botar o dedo na cara da Dilma no debate de sexta-feira na Rede Globo (empresa que os petistas vão tornar inviável ou “roubar” definitivamente para eles mesmos, se conquistarem o segundo mandato). Aécio precisa deixar claro que hoje representa uma alternativa contra a corrupção, a incompetência e o autoritarismo representados por Dilma. Aécio tem o dever de brigar agora, se quiser vencer a eleição, para conciliar depois, quando tiver efetivamente vencido.

É conversa fiada de marketeiro o fato de que o eleitor pode reprovar a agressão nos debates. Tanto esta “tese” é mentirosa que os petistas só fazem isto: atacam, agridem, ofendem e mentem sem parar, na maior cara de pau, e ainda são apontados como favoritos. Aécio tem de enquadrar Dilma e não ter pena, também, de poupar o boneco que a controla: Luiz Inácio Lula da Silva. A criatura e seu criador seguem na balada para implantar o projeto de socialismo bolivariano no Brasil – o mesmo modelo que hoje destrói a Venezuela, a Argentina e a Bolívia – causando menos estragos no Equador e no Uruguai.

Aécio só vencerá Dilma se conseguir convencer o eleitor que votaria nulo ou em branco a apostar nele, na hora do juízo final da dedada eletrônica. Do contrário, não terá votos suficientes para derrotar a máquina nazicomunopetralha que segue firme em seu projeto autoritário de poder, através do enriquecimento dos dirigentes que fazem a tal “revolução”. A continuidade de Dilma será o triunfo de derrota do Brasil.

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A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Segunda Edição do Blog Alerta Total de 22 de Outubro de 2014.
Posted: 22 Oct 2014 02:37 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Antonio Ribas Paiva e Luiz Carlos de Almeida Prado

Daqui a 100 anos tudo será irrelevante! A Nação vive hoje e deve ser protegida agora pelos seus Generais, contra aqueles que tomaram de assalto o Estado Brasileiro, para a prática sistemática de crimes.

Devido a isso, as estruturas do Estado deixaram de proteger a Nação e, as Instituições passaram a atender, exclusivamente, aos interesses da classe política e da alta administração pública, imbricadas com o crime organizado.

Inadvertidamente, as Forças Armadas têm sido o garante dessa Ditadura, que oprime a Nação e mantém o Brasil no Terceiro Mundo.

O povo já rejeitou a classe política; 40 milhões de eleitores não votaram em ninguém e, anteriormente, em junho de 2013, saiu às ruas, aos milhões, protestando contra a opressão. De nada valeu esse esforço cívico, porque a vontade do povo não foi satisfeita por seus Generais!

Diante dessa realidade, os Generais da Nação Brasileira têm o dever de restabelecer as Instituições (art. 142 C. Federal), hoje aparelhadas pelo crime.

Neste momento, cumpre à Nação Brasileira, por seus segmentos esclarecidos, clamar aos seus Generais, para que CUMPRAM O SAGRADO DEVER DE PROTEGER O POVO E OS PODERES CONSTITUICIONAIS.

INTERVENÇÃO CONSTITUCIONAL JÁ!


Antônio José Ribas Paiva, Advogado, é Presidente da Associação dos Usuários de Serviços Públicos; Luiz Carlos de Almeida Prado, Engenheiro, é Presidente da União Nacionalista Democrática (UND).
Posted: 22 Oct 2014 02:36 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira

Um ilustre príncipe disse uma vez a sua amada que gostaria de ser o period tampon.

Esqueceu-se de que aquele objeto está sempre no melhor lugar no pior momento.

Assim está a gorda. Furiosa, irada e destemperada.

Parece que o blimp tem queda de pressão, murcha e cairá no mar de lama.

Faz todas as suposições possíveis. O molusco não entendeu o dito e lhe trouxe uma caixa de supositórios. “Será o  Benedito?”

Nunca antes na história deste país tantos temem a tão poucos.

“Colaboradores' receberão o prêmio por sua vilania.

Outros dizem que é paixão.

Ah é! Cio de elefoa.


Carlos Maurício Mantiqueira é Livre Pensador.
Posted: 22 Oct 2014 02:31 AM PDT
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Humberto de Luna Freire Filho

Durante a minha vida já vi muita gente de mau caráter, mas igual a esse salafrário, que exerceu por oito anos a presidência dessa republiqueta bananal, eu ainda não tinha visto. O cara é de uma sordidez sem limite, um  canalha.

Falando para seu eleitorado bolsa família, ele vomitou a seguinte pergunta:  "onde estava Aécio Neves na luta contra a ditadura? quando Dilma foi presa? Como cidadão brasileiro me acho no direito de responder:

Se a terrorista foi presa à noite, Aécio Neves estava no berço, pois na época tinha apenas sete anos; se foi durante o dia, estava brincando com um carrinho de rolimã. Ainda como cidadão brasileiro me acho no direito de fazer algumas perguntas ao criador e apenas uma pergunta à criatura.

Ao criador, pergunto: o que você fazia durante toda as noites, quando se dizia preso, na ante-sala do delegado Romeu Tuma? Quantos "cumpanheros " você denunciou?  Quantos bilhetes você enviou para o General Golbery do Couto e Silva denunciando planos da esquerda?

Quantos inícios e finais de greve você negociou nos porões da FIESP com a finalidade de esvaziar os pátios das montadoras?

À Criatura, faço uma única pergunta: o que a senhora fez com os dois milhões de dólares roubados do cofre de Ademar de Barros?

Vejam que tipo de gente comanda o nosso país há 12 anos. 


Humberto de Luna Freire Filho é Médico.
Posted: 22 Oct 2014 02:30 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Arnaldo Jabor

Dilma Rousseff: seu duro passado de militância e luta lhe deixou um viés de rancor e vingança, justificáveis. Ela foi uma típica "tarefeira" da VAR-Palmares e hoje, como tarefeira do PT, ela quer realizar o sonho de sua juventude. Por isso, quer estatizar o que puder na economia, restos de sua formação... (eu ia dizer "leninista", mas é "brizolista"). 

Seus olhos fuzilam certezas sobre como converter (ou subverter) a pátria amada. Petistas e brizolistas acham que democracia é "papo para enrolar as massas", como já declarou um professor emérito da USP; ela idealiza o antigo "proletariado" e despreza a classe média "fascista", como acha outra emérita professora. 

Ela desconfia dos capitalistas e empresários, ela quer se manter no poder e virar o PT num PRI mexicano; ela finge ignorar a queda do muro de Berlim, o fim da guerra fria, ela ama o Lula, seu operário mágico que encarnou o populismo "revolucionário".

Conheci muitas "dilmas" na minha juventude. As "dilmas" eram voluntariosas, com uma coragem irresponsável diante da muralha da ditadura. Professavam uma liberdade mais grave do que os hippies da época; era uma liberdade dolorosa, perigosa, sacrificial, suicida, sem prazer, liberdade e luta. Até respeitável.

Mas, para as "dilmas" e "dirceus" do passado, a democracia era uma instituição "burguesa". Ela se considerava e se acha ainda "membro" (ou "membra"?) de uma minoria que está "por dentro" da verdade, da chamada "linha justa" que planejava um outro tipo de "liberdade" (Lenin: "É verdade que a liberdade é preciosa; tão preciosa que precisa ser racionada cuidadosamente" ). 

Ela se julgava e se julga superior - como outros e outras que conheci (inclusive eu mesmo - oh, delícia de ser melhor que todos; oh, que dor eu senti ao perder essa certeza...). Nós éramos os fiéis de uma "fé cientifica", uma espécie de religião da razão que salvaria o mundo pelo puro desejo político - éramos o "sal da terra", os "sujeitos da história". Toda a luta progressista de hoje se trava entre a esquerda que amadureceu e ficou socialdemocrata e a esquerda que continua na ilusão de 63. A velha esquerda brasileira existe como nostalgia de uma esquerda que desapareceu.

Dilma foi executiva da comissão de frente que organizou a aliança de Lula com a liderança sindicalista pelega e com a direita mais vergonhosa do País, liderada por Sarney et caterva. Como era "trabalhadeira", Lula se impressionava com ela (ele que odeia o batente) e transformou-a em um "poste" que se revelou persistente no erro, com a típica burrice dos teimosos. 

E aí ela começou a governar com um medidas e táticas pretensamente "socialistas" em um país capitalista. Dá em bolivarianismo, esse terror contra o povo da Venezuela. 

A "claque" sindicalista que subiu ao poder nunca desistiu de seus planos; suas mentes são programadas para repetir as mesmas táticas. A esquerda velha continua fixada na idéia de "unidade", de "centro", de Estado-pai, ignorando a intrincada sociedade com bilhões de desejos e contradições. 

Muitos riquinhos e mauricinhos hoje dizem que votam na Dilma porque ela seria "contra a pobreza". Não sabem de nada, tinham 10 anos quando FHC fez o Plano Real contra a vontade do PT e seus aliados. Hoje, esses mauricinhos se dão ao luxo de se sentirem de "esquerda", antes de irem para a balada. 

São absolutamente ignorantes sobre política e acham o PT um partido de "esquerda", quando é claramente de "direita" ("É a economia, estúpidos!" - James Carville, assessor do Clinton contra Bush).

O povão do Bolsa Família não pode entender isso, mas esses babacas que estudaram deviam ser menos primitivos. Os petistas dão graças a Deus que muitos de seus eleitores não sabem ler. Por exemplo, eles não têm ideia do que seja o escândalo da Petrobrás e do aparelhamento do Estado cleptomaníaco que foi montado. Não entenderam nem o mensalão, pois, como disse o Lula, "povo pensa que dossiê é doce de batata". Votarão no escuro de suas vidas. Como se explica isso? 

Resposta: o País tem um movimento "regressista" vocacional. O verdadeiro Brasil é boçal, salvacionista, para gáudio dos seus exploradores. E o PT aproveita.

A crescente complexidade da situação mundial na economia e na política os faz desejar um simplismo voluntarista que rima bem com o fundamentalismo islâmico ou com a boçalidade totalitária dos fascistas: "complexidade é frescura, o negócio é radicalizar e unificar, controlar, furar a barreira do complexo com o milagre simplista" (Lenin: "Qualquer cozinheiro devia ser capaz de governar um país"). 

O Plano Real e uma série de medidas de modernização que abriram caminho para a economia mundial favorecer-nos são tratados como se fossem uma política do governo atual, que só fez aumentar despesas públicas e inventar delírios desenvolvimentistas virtuais. Não houve um lampejo de reconhecimento pelo país que FHC deixou pronto para decolar e que foi desfeito (Stalin: "A gratidão é um sentimento de cachorros...").

Nesta eleição, não se trata apenas de substituir um nome por outro. Não. O grave é que tramam uma mudança radical na estrutura do governo, uma mutação dentro do Estado democrático. Querem fazer um capitalismo de Estado, melhor dizendo, um "patrimonialismo de Estado". Para isso, topam tudo: calúnias, números mentirosos, alianças com a direita mais maléfica. 

Não esqueçamos que o PT não assinou a Constituição de 88, combateu a Lei de Responsabilidade Fiscal, foi contra o Plano Real para depois roubá-lo como se fosse obra do Lula. Alardeiam coisas novas que "vão" fazer, se eleitos de novo mas, pergunta-se: por que não fizeram nada durante doze anos? 

É isso aí, bichos... Se Dilma for eleita, teremos o início de um bolivarianismo "cordial".


Arnaldo Jabor é Jornalista e Cineasta.
Posted: 22 Oct 2014 02:29 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Hélio Duque

É demagogia induzir a sociedade a acreditar que as reservas internacionais quitaram a dívida externa brasileira. É ficcional a versão da dívida externa zerada. Em agosto de 2014, o Banco Central informava que a dívida externa bruta totalizava US$ 333,1 bilhões. Igualmente atestava que as reservas internacionais totalizaram US$ 379,4 bilhões. O Brasil integra o ranking dos 15 países com maior dívida externa, de conformidade com relatório do Banco Mundial.

A manipulação marqueteira misturando reservas internacionais e dívida externa, no objetivo de induzir os brasileiros menos informados, a acreditarem na liquidação do endividamento externo é criminosa. Como as “reservas” são maiores do que o montante da dívida externa, alimenta-se a tese mentirosa. A outra ponta que alavancaria a versão é omitida. É a dívida interna pública que cresce e sustenta a emissão de títulos públicos, para acumular “reservas” e trocar, paralelamente, títulos da dívida externa por papéis da dívida pública do Tesouro nacional. Garantindo a ciranda financeira do endividamento brasileiro.

O grande salto das nossas “reservas” tem nessa estratégia a sua base de sustentação. Em contra partida os juros elevam a dívida interna afetando o orçamento da República que se vê limitado para investimentos em infraestrutura e nas políticas sociais, destacadamente na educação e saúde.

O economista Marco Mendes é didático: “Quando o governo se endivida para comprar dólares, ele ao mesmo tempo aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu  ativo (pela compra de dólares). Significa que a dívida líquida (passivo mais ativo) não se altera”. O custo efetivo da captação de recursos se reflete na “taxa selic”, em torno de 12% ao ano.

Do total das reservas US$ 379,4 bilhões, dois terços são aplicados em títulos do Tesouro dos EUA, de grande liquidez, com remuneração média de 1,9% ao ano. O custo da diferença de quase R$ 50 bilhões decorre da disparidade entre os 12% pagos para captação e 1,9% recebido como remuneração é bancado pela sociedade. Vale dizer as “reservas” custam caro para o Brasil.

O economista e professor Reinaldo Gonçalves, titular de economia internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro exemplifica: “A China e o Japão acumularam reservas para ampliar o poder na economia global e se contrapor aos EUA. O Brasil, até agora, só formou reservas para administrar custos altos”.

Hoje a dívida pública interna federal está por volta de R$ 2,2 trilhões. Quando o PT assumiu o governo a dívida interna era de R$ 640 bilhões e a dívida externa era de R$ 212 bilhões, totalizando uma dívida real de R$ 852 bilhões. Quase triplicou o endividamento interno, nos últimos 12 anos.

Hoje o endividamento externo brasileiro tem nos empréstimos privados majoritários o seu principal foco alimentador: na dívida bruta de US$ 333,1 bilhões, o setor privado deve US$ 240 bilhões e o setor público, US$ 93 bilhões.

Empresas nacionais e multinacionais buscam recursos no exterior onde a taxa de juros é, na média, 2%. Os bancos são os principais tomadores de empréstimos. Eis uma das razões para os seus fantásticos lucros, ante o fato dos juros para crédito de longo prazo estão, na média, em 12% ao ano. Um ganho fantástico.

Eis a realidade indesmentível da dívida externa brasileira. Ela continua vivíssima.


Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
Posted: 22 Oct 2014 02:28 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

Abstraindo, evidentemente, o tema dos direitos humanos e das liberdades individuais na China, observa-se que quanto mais atraente ela se torna como base de offshoring, mais atraentes também têm de se tornar os países em desenvolvimento que lhes fazem frente, como a Malásia, a Tailândia, a Irlanda, o México, o Brasil, o Vietnã. Todos observam o que está acontecendo com a China e a transferência de empregos para lá e pensam; “Caramba, melhor eu começar a oferecer esses mesmos incentivos”.

Em longo prazo, a verdadeira estratégia dos chineses é superar os EUA e a Europa pelo alto. Seus líderes estão muito mais preocupados que muitos de seus concorrentes ocidentais em munir seus jovens das competências matemáticas, científicas e computacionais indispensáveis para o sucesso no mundo plano; em construir uma infra-estrutura física e de telecomunicações que permita aos chineses se conectarem com mais rapidez e velocidade que os demais; e em criar incentivos que atraiam os investidores globais.

A verdadeira ambição dos seus líderes é que a próxima geração de lingerie ou peças de avião seja também projetada na China. Esse é o futuro, dentro dos próximos dez anos. Assim, num intervalo de trinta anos teremos passado do “vendido na China” para o “fabricado na China”, depois para o “desenhado na China” e para o “sonhado na China”. Ou seja, de uma China que em nada contribuía para a produção mundial para uma China que colabora a baixo custo, com alta qualidade e extrema eficiência em tudo.

Segundo Pat Powers, diretora da Câmara de Comércio China-EUA em Pequim, se a entrada do país na OMC tivesse sido submetida a um referendo popular, “jamais seria aprovada”. Um dos princípios por que as lideranças chinesas se decidiram pelo ingresso na OMC foi a necessidade de forçar a burocracia do país a se modernizar, pondo abaixo a muralha de regulamentações internas e reduzindo a margem para decisões arbitrárias.

E acrescenta Thomas Friedman: “Com o passar do tempo, a adoção dos padrões da OMC terá o efeito de achatar ainda mais a economia chinesa. Não será, porém, uma transição fácil e não é irrisória a possibilidade de sobrevir alguma ruptura política ou econômica que interrompa ou retarde o processo. Não basta, todavia, implementar todas as reformas sugeridas pela OMC.”

Logo a China chegará a um ponto em que suas ambições de crescimento exigirão mais reformas políticas. A corrupção jamais será extirpada sem uma imprensa livre e instituições ativas da sociedade civil. O país nunca será eficiente de fato sem um estado de direito melhor codificado, sem um sistema político mais aberto, que permita à população expressar suas insatisfações. Em outras palavras, a China só vai ficar realmente plana depois de ultrapassada a barreira da reforma política.

Embora a força niveladora chinesa venha dando muita dor de cabeça para operários de todo o mundo, para os consumidores ela está sendo um maná. A revista Fortune de 4 de outubro de 2004 citou um estudo do Morgan Stanley que estima que, contando desde meados da década de 1990 apenas, as importações baratas da China pouparam aos consumidores americanos cerca de 600 bilhões de dólares – e aos fabricantes, incontáveis bilhões em peças mais baratas para os seus produtos.

Tanta economia, por sua vez, observa a Fortune, possibilitou que o Federal Reserve contivesse os juros por mais tempo, proporcionando a uma parcela maior da sua população a oportunidade de adquirir ou refinanciar sua casa própria e, às empresas, mais capital para investir em inovações (...). O salário médio de um maquinista qualificado nos EUA fica em torno de 3 a 4 mil dólares por mês. O salário médio de um operário na China é de cerca de 150 dólares mensais, além de um plano de pensão, patrocinado pelo governo chinês, que compreende plano de saúde, habitação e aposentadoria, no valor de 35% a 45% da remuneração mensal do operário.

Ou você se achata ou a China vai achatar você, segundo um executivo da empresa norte-americana ASIMCO que tem um offshoring na China. Não há de faltar quem ache assustadora essa perspectiva, mas será um acontecimento inegavelmente positivo para o mundo como um todo. Segundo um jornalista mexicano que entrevistou um alto funcionário do Banco Central chinês, esse funcionário lhe disse uma coisa realmente perturbadora sobre o relacionamento da China com os EUA: “Primeiro tínhamos medo do lobo, depois começamos a querer dançar com o lobo, e agora queremos ser o lobo”.

Outro fator que contribui para tornar o mundo cada vez mais plano, segundo Friedman, são os mecanismos de busca na Internet. Na sede do Google, em Mountain View, Califórnia, há um globo girando num canto e emitindo raios luminosos com base no número de pessoas que fazem busca no Google a cada momento. A maioria das luzes pisca na América do Norte, Europa, Coréia, Japão e litoral da China. 

O Oriente Médio e a África permanecem mais escuros. Noutro canto, uma tela mostra exemplos dos tipos de informações que as pessoas estão buscando em todo o mundo. Nas palavras do co-fundador do Google, o russo naturalizado americano Sergey Brin, quem possuir conexão por banda larga ou discada ou tiver acesso a um cibercafé, seja um garoto do Camboja ou um professor universitário, terá o mesmo acesso básico a dados gerais de pesquisa. É esse o objetivo do Google: facilitar o acesso a todo o conhecimento do mundo, em todos os idiomas. “Tudo” e “todos” são palavras-chave, ouvidas na empresa o tempo inteiro.

A história oficial do Google, encontrada em sua página inicial, explica que seu nome vem de um trocadilho com a palavra “googol”, o número representado pelo dígito 1 seguido de cem zeros. A escolha dessa nomenclatura refere-se à missão da empresa de organizar o imenso - aparentemente infinito - volume de informações disponível na web só para você.

Não há maior força de achatamento e nivelamento que a idéia de que todo o conhecimento do mundo, ou pelo menos uma grande parte dele, está disponível para todos e qualquer um, a qualquer momento, em qualquer lugar, uma vez que buscar algo por conta própria é um ato tão pessoal que não há nada que confira maior autonomia ao ser humano. É a antítese de nos dizerem ou ensinarem alguma coisa. É uma questão de obtenção de poder por cada indivíduo, o poder de cada um fazer das informações desejadas aquilo que lhe parecer melhor. A utilização dos mecanismos de busca é a expressão máxima do poder do indivíduo que, usando um computador, olha para o mundo e encontra exatamente o que quer. Nesse sentido, não há duas pessoas iguais.

Michael J. Sandel, renomado teórico político da Universidade de Harvard, comentou que o processo de achatamento que agora se verifica fora identificado, pela primeira vez, por Karl Marx e Friedrich Engels em seu Manifesto Comunista, publicado em 1848. O Manifestodescreve o capitalismo como uma força fadada a dissolver todas as identidades feudais, nacionais e religiosas e dar origem a uma civilização universal, regida por imperativos do mercado. A seu ver, era inevitável que o capital atingisse suas metas e não só inevitável como também desejável, pois, uma vez destruídos todos os vínculos de cunho nacional e religioso, o violento combate entre capital e trabalho ficaria exposto e às claras.

Obrigados a competir numa corrida global rumo ao fundo do poço, acreditava Marx, os trabalhadores do mundo acabariam se unindo numa revolução global para pôr fim à opressão. Naquele que é, provavelmente, o principal parágrafo do Manifesto Comunista, Marx e Engels escreveram:

“Todas as relações fixas, seguras, cristalizadas, com sua comitiva de antigos e veneráveis preconceitos e opiniões, são varridas, e aquelas recém-constituídas tornam-se obsoletas antes mesmo de se ossificarem. Tudo o que é sólido se desmancha no ar, tudo aquilo que é sagrado é profanado, e o homem finalmente se vê compelido a encarar, com sobriedade, suas verdadeiras condições de vida e suas relações com seus pares (...). Em vez dos antigos desejos, atendidos pela produção do país, deparamo-nos com novos anseios, para cuja satisfação se fazem necessários produtos de terras e climas distantes. Em vez do velho isolamento e auto-suficiência nacionais, temos o intercurso em todos os sentidos, a interdependência universal das nações (...) A burguesia, mediante o rápido aprimoramento de todos os instrumentos de produção, mediante meios de comunicação imensamente facilitados, arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para a civilização. Os baixos preços dos bens compõem a artilharia pesada com que ela derruba todas as Muralhas da China (...). Numa palavra, a burguesia cria um mundo à sua imagem e semelhança”.

A conclusão do autor é que, com a Globalização, o mundo deixou de ser redondo, se achatou e ficou plano. E com o achatamento do mundo, os pequenos começaram a poder pensar grande. Isto é, as pequenas empresas adquiriram uma visão global. E isso não tem volta. E se os norte-americanos e europeus quiserem tirar proveito do achatamento do mundo e da interconexão de todos os mercados e pólos de conhecimento, vão precisar correr pelo menos tão rápido quanto o mais rápido dos leões.

Segundo a Folha de São Paulo noticiou dia 28 de junho de 2006, “a entrada de maquinário importado, sobretudo chinês, tem preocupado a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Dados da entidade mostram que, em alguns segmentos, a taxa de crescimento das exportações de máquinas chinesas para o Brasil é muito maior que a media das exportações da China para o mundo. Enquanto as vendas de fornos industriais chineses, por exemplo, cresceram 89% na média mundial, para o Brasil a alta foi de 11.271% entre 2004 e 2005. Isso significa que os exportadores chineses estão sendo bastante agressivos, diz Patrícia Marrone em estudo da Abimaq sobre a China”.

Ler o livro de Thomas Friedman é um bom ponto de partida para os empresários da Abimaqentenderem o que está acontecendo com o mundo, que não é mais redondo. Ele se achatou e está ficando plano... e eles podem começar a correr.

Fonte:Livro “O Mundo é Plano – Uma Breve História do Século XXI”, Thomas L. Friedman, editora Objetiva, 2005
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.


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