Por Daniel Camargos
A Fundação Perseu Abramo – instituto político e de estudos do PT – produziu uma cartilha de 15 páginas cuja capa remete aos cartazes do período em que Josef Stalin comandou a antiga União Soviética e também às imagens produzidas na propaganda da Revolução Cultural, quando Mao Tsé-Tung radicalizou a campanha política e ideológica para se firmar como ditador e manter o comunismo na China.
A imagem petista foi feita para comemorar os 10 anos do partido no poder no Brasil, somando o período de Lula e de Dilma Rousseff como presidentes. O ápice das festividades foi ontem num megaevento realizado em São Paulo.
"A imagem dos dois presidentes (Dilma e Lula) com a massa de trabalhadores embaixo e uma bandeira (do Brasil) acima é típica do culto à personalidade vigente na União Soviética até 1956, quando Stalin morreu. Quando Nikita Khrushchov assumiu o poder, houve a condenação a essa prática. A estratégia também foi utilizada por Mao Tsé-Tung entre 1966 e 1973, no período da 'Revolução Cultural', quando o líder chinês entrava em uma época de ostracismo e houve um culto muito forte à sua personalidade", como detalha o doutor em sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Rodrigo Wolff Apolloni, especialista em cultura chinesa e autor de estudos sobre pôsteres e cartazes.
Coincidentemente, o PT também vive um momento de crise. No fim do ano passado, líderes do partido foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por terem participado do escândado do mensalão. Entre eles estão nomes importantes do partido, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-presidente do partido José Genoino.
Na China, explica Apolloni, os cartazes tinham tiragens imensas e eram onipresentes, previam um futuro brilhante para o país comunista e representavam o líder, Mao, como uma espécie de super-herói. O cartaz petista também destaca Lula e Dilma com o olhar para o futuro. Tem a bandeira do Brasil, um punho cerrado, trabalhadores e militantes do partido. Ao fundo várias casas, com desenho semelhante às construídas com verbas do governo federal do 'Minha Casa, Minha Vida', um dos principais programas da presidente Dilma Rousseff. Há também o símbolo do partido e o slogan: "PT 10 anos de governo. Do povo. Para o povo. Pelo povo".
O designer e professor da Universidade de São Paulo (USP) Chico Homem de Melo, autor de livros sobre o tema, também percebe a semelhança entre os cartazes soviéticos e chineses e a peça produzida pelo PT. Ele analisou o cartaz petista e diz que a ideia da liderança dupla, com um homem e uma mulher, é típica dos países comunistas. Outro ponto característico é a imagem do punho cerrado, que no cartaz petista é uma sombra entre Dilma e Lula. O professor também destaca os trabalhadores e militantes segurando bandeiras. "São ícones da esquerda", explica.
Simbologia ultrapassada e desmoralizada mostra saudosismo dos comuno-petistas.
Ontem, os administradores da página do ex-presidente Lula no Facebook postaram a imagem petista e a apostila de 15 páginas. "Hoje é dia de comemorar os 10 anos de governo 'democrático e popular'. Conheça o material que a Fundação Perseu Abramo produziu sobre o decênio que mudou o Brasil" (???) informa o texto postado. A página do ex-presidente tem mais de 300 mil fãs na rede social.
Para descobrir o autor da imagem petista é preciso vencer barreiras da burocracia semelhantes às de países comunistas. A assessoria de imprensa da Fundação Perseu Abramo informa que a entidade fez apenas o texto e que a capa foi idealizada pelo diretório nacional do PT. A assessoria de imprensa do PT disse que a informação estava com a Secretaria de Organização (SEORG) do partido. Na SEORG, o caminho indicado foi o gabinete do presidente do PT, Rui Falcão. Lá, soube-se finalmente que a imagem foi produzida pela equipe do publicitário João Santana, mentor das campanhas do governo federal e 'marketeiro' que trabalhou na eleição de Dilma. "Achamos plasticamente bonito", disse um funcionário da equipe do Rui Falcão.
COMENTÁRIO DE FRANCISCO VIANNA
Na realidade, os petistas desenvolvem no Brasil um novo tipo de socialismo, que eu costumo chamar de SUCIALISMO. Isto mesmo que o neologismo quer dizer, ou seja, um regime socialista de SÚCIA, DE QUADRILHAS, de compadrio e afinidades ideológicas no aparelhamento do estado para a quase única finalidade, além da de se eternizarem no poder: a do ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.
Tirar essa rede de gangues do poder pode ser uma tarefa muito árdua e custar ao povo brasileiro muito sangue, suor e lágrimas. A história tem mostrado isso claramente.
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