terça-feira, 5 de junho de 2012

Fw: Fwd: Volta ao Cenário Político o Caso “Celso Daniel”

Muito além. Sete mortes relacionadas com o caso. E mole?
 
 
 
  Volta ao Cenário Político o Caso "Celso Daniel"
 
 
 
Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 04 de junho de 2012.
 
Tenho vergonha de mim pela passividade em ouvir, sem despejar meu
verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e vaidade, a tanta
falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos
"floreios" para justificar atos criminosos, a tanta relutância em
esquecer a antiga posição de sempre "contestar", voltar trás e mudar o
futuro.
 
(Cleide Canton)
 
-  PT processa revista Free São Paulo por matéria sobre Celso Daniel
 
Fonte: Agência Estado, 01.06.2012
 
 
 
O PT garantiu que os responsáveis responderão judicialmente pelo que
classificou de "festival de calúnias e difamações"
 
 
 
O diretório estadual do PT comunicou nesta quinta-feira (31) que
entrará com uma representação contra a revista Free São Paulo por
suposta difamação e calúnia veiculadas na matéria de capa da última
edição. A reportagem trata da morte do ex-prefeito de Santo André
Celso Daniel, assassinado em 2002, como pano de fundo para encobrir
esquemas de corrupção que, segundo a revista manteriam o PT no poder.
 
 
 
O PT garantiu que os responsáveis responderão judicialmente pelo que
classificou de "festival de calúnias e difamações". O diretor de
redação da Free São Paulo, Ernesto Zanon, negou as acusações contra o
veículo. Segundo ele, o material é baseado em fatos. Ele também negou
qualquer vínculo partidário com o PSDB, relação da qual lideranças do
PT dizem suspeitar.
 
 
 
-  Revista Apreendida por Matéria Contra o PT Processará Prefeitura
 
Fonte: Thaís Sabino, Revista Free São Paulo, 01.06.2012.
 
 
 
A Revista Free São Paulo, que trouxe na edição mais recente uma
matéria de capa sobre um suposto esquema de corrupção comandado pelo
PT, vai processar a prefeitura de Mauá por danos morais, após o
secretário de Segurança da cidade, Carlos Tomaz, ordenar a apreensão
dos exemplares e de um carro de distribuição. "Vamos processar a
prefeitura por danos morais", afirmou o diretor de marketing Walter
Saavedra.
 
 
 
Na tarde de quinta-feira (31), quatro funcionários do grupo MG Com,
responsável pela publicação, distribuíam exemplares da revista quando
foram levados por policiais militares até a 1ª Delegacia de Polícia de
Mauá. De acordo com o publisher do grupo, Luciano Maciel, o delegado
não constatou ilegalidade e liberou os funcionários. "Enquanto eles
aguardavam, chegou o secretário de Segurança (Carlos Tomaz). Ele
folheou a revista e conversou com o secretário jurídico, depois pediu
para apreender as revistas e o carro", contou.
 
 
 
Procurado pelo Terra, o secretário Carlos Tomaz não quis se
manifestar. Em nota, a prefeitura de Mauá informou que a guarda civil
fez a apreensão administrativa "com base nas leis municipais nº 2894,
de 13/05/1998, e nº 9484, de 30/04/2002, que regulamentam a
distribuição de materiais de divulgação e publicitários nas vias
públicas da cidade". O Departamento Jurídico da Prefeitura estuda o
cabimento de registro de boletim de ocorrência, segundo a nota.
 
 
 
O boletim de ocorrência do caso, assinado pelo delegado de polícia
Alexandre Magno e pelo escrivão Alexandre Ueda, informa que antes de o
secretário chegar, o delegado havia decidido que a distribuição das
revistas não se caracterizava como ilícito penal. O documento também
confirma que a apreensão ocorreu apenas após a chegada de Tomaz.
 
 
 
Segundo Maciel, durante o acontecimento o motorista Claudemir Silva
Santos se sentiu tratado como um bandido. Ele afirmou que a empresa
está juntando os documentos para recuperar o carro apreendido e, em
seguida, deve dar prosseguimento ao processo por danos morais. "O
delegado foi conivente com o que aconteceu. Primeiro ele falou que não
tinha crime, depois o secretário mandou e ele lavou as mãos", disse.
"Foi totalmente arbitrária", protestou em relação à apreensão.
 
 
 
Motivação política
 
 
 
A reportagem faz uma ligação à morte do ex-prefeito de Santo André,
Celso Daniel, com a corrupção que mantém o PT até hoje no poder. Para
Maciel, a prefeitura de Mauá ser liderada pelo PT tem relação com o
ocorrido. "Certamente foi política, o PT está no poder em Mauá, teve
motivação política", disse ele. Oswald Dias (PT) é o prefeito da
cidade.
 
 
 
Maciel ainda negou qualquer ligação da empresa com o Metrô - sob o
governo do PSDB -, PSDB ou outro partido político. "Absolutamente
nenhuma ligação com o PSDB, somos um grupo de mídia, em Guarulhos,
temos outros veículos que circulam em São Paulo. Somos um grupo de
mídia há 10 anos. Já tivemos anúncio de campanhas ligadas ao governo
do Estado, mas se fizer as contas da verba publicitária, recebemos
muito mais de campanhas ligadas ao PT do que do governo do Estado",
explicou. Ele ainda disse que se levantassem informações criminosas do
PSDB, agiriam da mesma forma jornalística.
 
 
 
Resposta do PT
 
 
 
O Diretório Estadual do PT-SP divulgou uma nota de repúdio à matéria
veiculada pela revista Free São Paulo e disse que o conteúdo contraria
investigações policiais concluídas. O PT reiterou que as denúncias
envolvendo o nome do partido são infundadas e todas as medidas já
estão sendo adotadas para que a publicação responda na Justiça.
 
 
 
Maciel, porém, afirmou que tem como provar cada afirmação feita na
matéria, com documentos recolhidos pelos profissionais. "Vamos mostrar
que temos provas nas próximas edições", disse ele. O publisher afirmou
que é correto o partido tentar se defender, mas a apreensão do
material é inadmissível. "Não estamos brincando de casinha, estamos
fazendo trabalho jornalístico", concluiu.
 
 
 
Novamente o PT procura mascarar o "Caso Celso Daniel". Para aqueles
que tem memória curta vamos rememorar a excelente reportagem da
Revista Veja, de 19 de outubro de 2005.
 
 
 
-  Corrupção com recibo e extrato bancário
 
Fonte: João Gabriel de Lima, Revista Veja, 19.10.2005.
 
 
 
 
(...) Na tarde do dia 24 de janeiro de 2002, cinco dias depois do
assassinato do prefeito, a empresária Rosângela Gabrilli, dona de uma
empresa de ônibus em Santo André, procurou o Ministério Público para
fazer uma denúncia grave. Segundo ela, os donos de companhias
rodoviárias da cidade eram obrigados a contribuir para uma caixinha do
PT. O valor do mensalão seria proporcional à quantidade de ônibus que
cada empresário possuía, à razão de 550 reais por veículo. A própria
Rosângela, dona da Expresso Guarará, pagava 40.000 reais todos os
meses. A empresária apontou três responsáveis pelo esquema de
cobrança. Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra", melhor amigo do prefeito.
Klinger Luiz de Oliveira Sousa, ex-secretário de Serviços Municipais
de Santo André, e Ronan Maria Pinto, sócio de Sérgio em três empresas,
ele próprio um dos maiores concessionários do setor de transporte
público na cidade. Em plena efervescência da campanha eleitoral, a
denúncia foi desqualificada por vários petistas, que viram na atitude
de Rosângela indícios de manobra eleitoreira. Mesmo assim, abriu-se
uma CPI em Santo André e o Ministério Público foi chamado a investigar
o caso.
 
 
 
A prova de que Rosângela falava a verdade veio em abril de 2003. A
empresária encontrou no fundo de uma gaveta da Expresso Guarará, de
sua propriedade, um fax datado de 30 de dezembro de 1998, em que se
informava qual seria o valor da caixinha do mês – 100.000 reais – e
qual parte caberia a cada uma das sete empresas de ônibus na cidade.
No mesmo fax havia o número da conta bancária de Sérgio Gomes da
Silva. Com base no fax, o Ministério Público pediu a quebra do sigilo
bancário de Sérgio e constatou que havia depósitos na conta dele, na
mesma data, exatamente nos valores discriminados no fax. (...)
 
 
 
I MISTÉRIO
 
 
 
Quem chefiava a quadrilha que arrecadava dinheiro para o PT em Santo André?
 
 
 
(...) O Ministério Público de Santo André localizou uma diarista que
prestava serviços ao casal Ivone de Santana e Celso Daniel. Ela
concordou em falar desde que seu nome não aparecesse nos autos. Certa
vez, durante uma faxina no apartamento, a diarista encontrou três
sacos de dinheiro escondidos sob um lençol. No dia seguinte, os sacos
não estavam mais lá. (...) Em janeiro de 2002, uma semana antes do
crime bárbaro, Celso resolveu ir ao restaurante Arábia, em São Paulo,
para comemorar sua indicação a coordenador da campanha eleitoral de
Luiz Inácio Lula da Silva, que considerava o ápice de sua carreira
política. Convidou três companheiros petistas para o evento. O
primeiro era Sérgio Gomes da Silva. O segundo, Klinger Luiz de
Oliveira Sousa. (...)
 
 
 
II MISTÉRIO
 
 
 
Qual a real participação de José Dirceu e Gilberto Carvalho no esquema
de corrupção da prefeitura petista?
 
 
 
(...) Segundo a Testemunha Número Um, Gilberto Carvalho, um dos homens
mais próximos de Lula na burocracia petista, sabia do esquema. Mais do
que isso, Gilberto Carvalho teria dito à Testemunha Número Um que ele
próprio teria sido por diversas vezes o portador do dinheiro da
caixinha, que entregava pessoalmente ao presidente do partido, o
ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu. (...) João Francisco
contou a mesma história envolvendo Gilberto Carvalho e José Dirceu à
CPI dos Bingos. Em outro depoimento à mesma CPI, o irmão mais novo de
Celso, Bruno, endossou a versão. De acordo com João Francisco, Miriam
Belchior, a primeira mulher do prefeito, também sabia da história em
seus detalhes. (...)
 
 
 
Miriam Belchior: No governo Lulla foi assessora especial do Presidente
da República, de janeiro de 2003 a junho de 2004, quando assumiu a
Subchefia de Articulação e Monitoramento da Casa Civil da Presidência
da República, responsável por articular a ação de governo e monitorar
os projetos estratégicos, ocupando a Secretaria Executiva do Programa
de Aceleração do Crescimento - PAC e a partir de abril de 2010
tornou-se coordenadora geral do PAC. No governo Dilma é Ministra de
Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
 
 
 
III MISTÉRIO
 
 
 
Por que o Ministério Público e a Polícia Civil chegaram a conclusões
tão diferentes sobre o caso?
 
 
 
(...) O assassinato de Celso traumatizou Bruno. Entre as mágoas que
guarda do episódio, uma se destaca: a que nutre pelo deputado petista
Luiz Eduardo Greenhalgh, o qual teria tentado abafar, a todo custo, os
rumores de que o crime contra Celso Daniel teria motivação política. É
importante lembrar aqui que, no enterro do prefeito, o então candidato
a presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso emocionado, em
que disse: "Esse crime não foi coincidência. Tem gente graúda por trás
disso, e nós vamos descobrir quem é". Dois meses depois, ninguém mais
no PT queria saber de apurar o crime. (...) Os promotores passaram a
suspeitar que podia haver algo mais do que crime comum. A possível
conexão entre a corrupção na prefeitura petista e o assassinato, no
entanto, só apareceria mais tarde. "Demos uma virada no caso, e a
polícia se negou a investigar para não admitir que fizera um péssimo
trabalho", acusou o promotor José Reinaldo Carneiro – o mesmo que,
recentemente, denunciou o escândalo de arbitragem no Campeonato
Brasileiro de Futebol. A virada seria o depoimento de um outro
bandido, Ailton Alves Feitosa. Ele é até hoje o maior indício de que
as duas tramas da história policial – assassinato e corrupção – podem
estar de alguma forma interligadas.
 
 
 
IV MISTÉRIO
 
 
 
Existe alguma relação entre as sete mortes ligadas ao caso?
 
 
 
  (...) a Polícia Civil e o Ministério Público, finalmente, concordaram
em alguma coisa relacionada ao caso Celso Daniel. Ambos trabalhavam
com a hipótese de que o legista Carlos Delmonte Printes havia se
suicidado. Na véspera, a polícia defendia a tese de morte natural por
ataque cardíaco ou problemas pulmonares. A perícia do Instituto Médico
Legal, no entanto, descartou causas naturais. (...) A morte de
Delmonte é a sétima relacionada ao caso. Dos outros seis mortos, pelo
menos três poderiam dar uma virada nas investigações. O mais
importante era o bandido Dionísio Aquino Severo, um dos sequestradores
de Celso Daniel. Na manhã de 17 de janeiro de 2002, dois dias antes da
ação criminosa, Dionísio e mais dois amigos protagonizaram uma fuga
espetacular. Eles tomavam sol no pátio do presídio Parada Neto, em
Guarulhos, quando um helicóptero apareceu e os resgatou. Só não foi
mais cinematográfico porque os guardas do presídio não reagiram.
Estavam, como se diz no jargão dos bandidos, com "os fuzis entupidos"
– ou seja, haviam recebido propina para facilitar a fuga. (...) Três
meses mais tarde, o bandido seria preso em Maceió, onde tentava
assaltar um banco. No dia 8 de abril foi levado ao delegado Tuma.
Disse que sabia muito sobre o caso, mas só falaria se fosse possível
negociar "condições especiais". Não teve tempo para isso. Foi
assassinado dois dias depois dentro do presídio do Belém, em São
Paulo. Dois dos outros mortos guardavam relação com Dionísio. O
primeiro era o bandido Sérgio "Orelha", que escondera Dionísio logo
depois da fuga do presídio. O outro, Otávio Mercier, investigador da
Polícia Civil que procurava Dionísio depois da fuga e teria chegado a
fazer um contato com ele por telefone. Ambos morreram assassinados a
tiros. Antônio Palácio de Oliveira, garçom que serviu o último jantar
de Celso Daniel no restaurante Rubaiyat, morreu quando, perseguido por
dois homens, espatifou sua motocicleta num poste. Paulo Henrique
Brito, testemunha que poderia ajudar a esclarecer as circunstâncias do
acidente com o garçom, foi assassinado com um tiro vinte dias depois.
A penúltima morte relacionada ao caso foi a de Iran Moraes Redua, o
agente funerário que reconheceu o corpo de Celso Daniel, jogado numa
estrada de terra em Juquitiba. Redua foi assassinado a tiros em
novembro de 2004. (...) Sete mortes depois, resta como testemunha mais
importante Aílton Alves Feitosa, um dos companheiros de Dionísio
Aquino Severo na fuga do presídio Parada Neto.
 
 
 
V MISTÉRIO
 
 
 
Qual a relação entre o assassinato e o esquema de propina em Santo André?
 
 
 
(...) Foi com base principalmente nesse depoimento que Sérgio Gomes da
Silva teve sua prisão preventiva decretada em dezembro de 2003, na
condição de elemento de alta periculosidade. Klinger e Ronan escaparam
por pouco. (...) De três desembargadores, dois votaram a favor da
prisão e um pediu vistas ao processo. Na segunda votação, um dos
desembargadores mudou de idéia e eles se salvaram. (...) Sérgio Gomes
da Silva também foi solto. O juiz achou que não havia provas
suficientes de que ele fosse o mandante do assassinato. De lá para cá,
os personagens do caso Celso Daniel continuam levando vida normal.
Quase todos eles, como José Dirceu, Gilberto Carvalho, Miriam
Belchior, Maurício Mindrisz, Ronan Maria Pinto, Klinger Luiz de
Oliveira Sousa e o próprio Sérgio Gomes da Silva, continuam
participando de governos do PT, próximos ao PT ou fazendo negócios com
o PT. Na semana passada, um relatório do Conselho de Defesa da Pessoa
Humana, órgão ligado ao Ministério da Justiça, recomendou que se
reabrisse o caso Celso Daniel. O parecer provocou ira no governo. No
Cemitério da Saudade, em Santo André, jaz um corpo embalsamado.
 
 
 
-  Livro do Autor
 
 
 
O livro "Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões" está sendo
comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede
da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na
Associação dos Amigos do Casarão da Várzea (AACV) – Colégio Militar de
Porto Alegre.
 
 
 
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
 
 
 

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