18/09/2012 09:10
Em carta, facção manda matar PMs
Escrita a mão, mensagem atribuída ao comando do PCC foi apreendida em Santo André com dois traficantes
Carlo Prates/Futura Press
Cabo Gercil Benedito Canuto foi executado em Piracicaba com 17 tiros
Cabo Gercil Benedito Canuto foi executado em Piracicaba com 17 tiros
“Aos irmãos da quebrada... vamos promover o pânico entre os vermes da corporação, que estão atrapalhando nossa correria. Matar os botas (PMs) sem dó.” Os trechos da mensagem encontrada pela Polícia Militar em operação realizada no último dia 5 na Favela da Gamboa, em Santo André, na região do ABC, já anunciavam a predisposição do crime organizado em assassinar policiais.
Na ocasião, policiais da Força Tática prenderam Thiago Alves dos Santos, de 19 anos, e Rafael Araújo da Silva, de 31. Segundo a polícia, no barraco onde estavam, foram apreendidos morteiro de 150 mm de uso exclusivo do Exército, três granadas, uma carabina calibre 28, dez munições de fuzil 7 mm e radiocomunicadores, além de mil papelotes de entorpecentes e a contabilidade da quadrilha.
Havia cópias da mensagem atribuída ao PCC escritas em folha de papel, cobrando uma atitude rápida dos traficantes em relação a mortes de policiais. “O tempo de vocês está passando e também serão cobrados diretamente no tribunal”, ameaçavam os “chefes”.
Três dias depois, o sargento aposentado João Luiz de Paula Ferreira, de 55 anos, foi assassinado em frente à padaria onde trabalhava, na Vila Pires, em Santo André. No dia seguinte, o soldado Joel Juvêncio da Silva, de 44 anos, voltava de um culto evangélico, na região de M’Boi Mirim, na Zona Sul, e foi executado com vários tiros.
No dia 11, policiais da Rota (tropa de elite da PM) mataram nove pessoas em Várzea Paulista, na região de Jundiaí. Havia informações de uma reunião de criminosos para discutir execução de policiais da região.
A partir daí, cinco PMs (três de folga, um ex-policial e um PM aposentado) foram executados com muitos tiros. “Os policiais aposentados viraram alvo e estão cautelosos até para sair de casa”, garantiu o tenente Dirceu Cardoso, da Associação de Assistência Social dos PMs de São Paulo. “Com PMs pressionados e alvo de ataques, a população fica muito menos segura”, observou.
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