sábado, 8 de setembro de 2012

Mais uma lamentável evasão no EB


Uma dura realidade enfrentada por muitos militares: Abandonar suas vocações. .


 
----- Original Message -----
Sent: Friday, September 07, 2012 10:08 PM
Subject: Mais uma lamentável evasão no EB

    
 

Eu, 2º Sgt PACELLI, venho por meio do FACEBOOK informar aos meus parentes e amigos que pedi demissão do 62° Batalhão de Infantaria (Joinville/SC) e do Exército Brasileiro.

Quero esclarecer que o motivo que me levou a tomar esta atitude é de cunho estritamente financeiro, tendo em vista a CRISE SALARIAL que assola a massa de oficiais e sargentos e a FALTA DE PERSPECTIVA PROFISSIONAL já atingiram até a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Tenho 12 anos de serviço militar, 2 anos como soldado do Corpo de Fuzileiros Navais (Natal/RN) e 10 anos como sargento, todos eles cumpridos no 62° Batalhão de Infantaria (Joinville/SC). Sou cumpridor dos meus deveres, NUNCA FUI PUNIDO, tenho o comportamento excepcional, sou patriota e portador de uma excelente folha de serviços, onde constam vários elogios de meus superiores hierárquicos. Apesar disso, como militar, não consigo sonhar com as necessidades mínimas que uma pessoa do meu nível cultural (3° grau completo) e social poderia almejar.

NÃO SOFRO DE NENHUM TIPO DE DESVIO DE VOCAÇÃO, sou filho de militar, estudei durante 13 anos no Colégio da Polícia Militar de Pernambuco (inclusive fui Capitão-aluno devido as ótimas notas), servi por duas oportunidades às Forças Armadas (Marinha e Exército). Na EsSA (Escola de Sargentos das Armas) fui da Infantaria no período básico e também no período de qualificação. Após a formatura de sargento queria ser paraquedista, porém no meu ano não havia vagas para Organizações Militares no Rio de Janeiro. Queria fazer o curso de Guerra na Selva, Caatinga, Montanha e a EsSA também não disponibilizou vagas. O 1° Ten Del Duca, meu instrutor, me orientou ir para Joinville/SC que era a Força de Ação Rápida e era uma ótima Unidade para servir e realizar cursos operacionais. Não tive dúvida, escolhi o 62° BI e não me arrependi, nesta cidade conheci minha esposa, nasceu meu único filho, me formei Bacharel em Direito, passei no Exame da OAB e por estes motivos nunca pedi para ser transferido. Tenho a convicção que SEMPRE QUIS SER MILITAR, porém, não estava disposto a realizar o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), nem queria esperar mais 8 (oito) anos para ser promovido a 1° sargento. Como 2° sargento do Exército, fazendo uma previsão bem otimista, via que daqui há quatro anos iria auferir, no máximo, R$ 500,00 de aumento salarial, fato este que me desestimou muito.

O fato é que recebi uma proposta do Dr. MARCOS AURÉLIO ROSA, advogado, para firmar uma sociedade advocatícia, proposta esta onde, de imediato, terei uma remuneração superior ao que percebo atualmente na caserna. Continuando na previsão dos próximos quatro anos, atuando como causídico com certeza auferirei mais do que o valor supracitado. Com tristeza, vejo que o número de evasão das Forças Armadas cresce a cada ano.

Não posso deixar de citar a SALC e a Ajudância Geral, seções estas onde pude contribuir com os meus conhecimentos jurídicos na elaboração de vários editais de licitações e pude assessorar vários Comandantes no controle de diversas sindicâncias, inquéritos policiais militares (IPM's), autos de prisão em flagrante (APF's), processos administrativos e na confecção de ofícios para a Advocacia Geral da União (AGU), Ministério Público (MP), 5ª Circunscrição Judiciária Militar (5ª CJM) e outros órgãos, o que me trouxe retorno de aprendizagem e me auxiliou na apresentação da minha monografia no curso de Direito onde logrei a nota 9,80.

Espero que as portas do 62° Batalhão de Infantaria fiquem abertas para futuras parcerias, se a família militar precisar de auxílio jurídico pode contar comigo, pois, como falou Rui Barbosa, o maior jurista de todos os tempos do Brasil, que fez o curso jurídico em Recife/PE, cidade esta de onde eu sou oriundo com orgulho, "QUEM NÃO LUTA PELOS SEUS DIREITOS NÃO É DIGNO DELES".

Agradeço o respeito, consideração e cordialidade com que sempre fui tratado pelos meus Comandantes, pelos meus superiores hierárquicos, pelos meus pares e também pelos meus subordinados e pelas oportunidades que me foram proporcionadas.
 
 




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