segunda-feira, 3 de junho de 2013

Um dia de general



Data: 3 de junho de 2013 09:24
Assunto: Um dia de general
​Encaminhada às "principais" autoridades militares​



Um dia de general
Escrevi sobre a aparência de ser e acharem que somos. No meu condomínio tenho observado que recebo tratamentos diferentes quando estou a pé, ou dirigindo o meu carro. Na portaria se estou a pé, sou eu que cumprimento os seguranças. " Bom dia!", digo sempre. A resposta é um aguado "Bom dia!" Mas se estou saindo de carro, o segurança se apressa em me cumprimentar, via de regra sorrindo e me desejando "Tenha um ótimo dia!"
Hoje foi um desses dias de tratamento obsequioso pelo segurança da guarita do condomínio. Sai com a família para uma visita à feira de artesanato na Praça General Osório, em Ipanema. Lá comemos saborosos acarajés preparados por baianas legitimas da Boa Terra. No caminho vi muitos cães conduzidos com carinho pelos donos. As cenas se de um lado me encheram de alegria, por outro sofri ao me lembrar das nossas autoridades militares que são tratadas como cachorros, mas não recebem tantos cuidados e afetos!
Não sei porque certas pessoas se prendem tanto ao status do indivíduo. Pergunto-me: Como são vistas as nossas autoridades militares pelos que governam o país? Andariam os nossos generais sempre a pé? Porque não os vejo serem tratados com respeito e admiração, antes pelo contrário.
O ex presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva se referiu aos oficiais em uma reunião como 'bando' de militares. Tempos depois se referindo à concessão de reajuste salarial diria: "Estou c… e andando para esses caras (os militares). No meu governo, tiveram que me aguentar e viviam me enchendo o saco pedindo migalhas de reajuste. Pediam uma coisa, eu enrolava e nunca dava o que eles pediam; depois dava uma esmola qualquer e não me sacaneavam mais. Não tenho medo deles; nunca tive." Em ambos os casos os militares não se manifestaram. Quando muito ficaram reclamando pelos cotovelos.
O ex ministro da Defesa, Nelson Jobim, na apresentação de uma publicação que narrava a atuação dos guerrilheiros que atuaram contra os militares na Guerrilha do Araguaia, no Palácio do Planalto, presente o ex presidente Lula, ameaçou exonerar de seus cargos os oficiais do Alto Comando do Exército se houvesse protesto desses militares. O máximo que ocorreu foi a publicação de uma nota, antes passada pelo crivo do ministro, que por achar muito fraca, acrescentou uma frase, para não dar a impressão que os militares ao invés de protestar estariam agradecendo por terem sido chamados a atenção. Este mesmo ministro depois diria à imprensa que não tinha medo de 'confrontamento' com os militares. Os nossos chefes militares ouviram calados e permaneceram em silêncio.
A fraqueza demonstrada pelos militares os tornaram alvos de achincalhe por uma ministra tida como machona (sapatão assumida), e virados sacos de pancada da ministra chefe da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes. Um documento redigido com a assinatura, inclusive, do próprio Comandante do Exército, admitia que na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) se tortura os cadetes durantes os exercícios. Uma placa foi descerrada na academia, contando com as presenças do Comandante da AMAN e do Comandante do Exército, General Enzo Martins Peri.
- É capitão. No governo não tem só lésbica e usuários de 'pequenos deslizes' como disse o ex presidente Lula. Os ratos são gordos e depenam o Estado com grandes saques, tornando-os milionários. Vejam o larápio mor da república: de simples operário que morava de favor em apartamento cedido por empresário, em oito anos de governo tornou-se um dos homens mais ricos do país. Vocês milicos são uns bostas, não sabem roubar. E quando roubam, roupam pouco, ficando de rabo preso como conhecido chefe militar que se transformou em uma marionete, que só passa recado para a tropa. O Exército para ele que se foda! Pode!
- Não, minha Flor do Lotos. Nós realmente não sabemos lesar a nação.
O General Enzo Martins Peri anda tão empolgado com a Comissão Nacional da Verdade, mais conhecida como 'Comissão da Calúnia', que em reunião com os membros dessa comissão, presentes os outros comandantes de Forças e o ministro da Defesa, em Brasília, declarou que ele não se importava se os 'militares do passado' fossem convocados para depor.
Uns procuradores públicos mancomunados com os comuno-petistas cismaram de dar um arrocho nos agentes do Estado, - militares das Forças Armadas e policiais civis e militares, - que tomaram parte na repressão aos militantes da luta armada dos anos 60 / 70. É um inquérito atrás do outro. Como resposta das autoridades militares, o ex comandante do Exército, general Francisco Roberto de Albuquerque, declarou ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ao ser solicitado pelo fato do MP ter aberto um inquérito contra si, que "O Exército não vai fazer nada!" Esta foi a primeira manifestação do Exército sobre a pressão que recrudesceria sobre os agentes do Estado. Diante dessa abertura, ninguém mais segurou os partidários de um revanchismo sem sentido, que só cessará quando se ver um militar ser julgado por um Tribunal de Exceção e condenado a muitos anos de prisão, como vem ocorrendo na Argentina. Nesse país militar e merda não tem diferença. O Brasil está seguindo o exemplo!
Só temos uma saída para moralizar as Forças Armadas. Obrigar as autoridades militares a andarem só motorizadas. Dá status e evita que os militares sejam escrachados e tratados como cachorros! Não cachorros de estimação, mas cães abandonados que se vêem nas ruas derrubando latões de lixo para sobreviver.
José Geraldo Pimentel
Cap Ref EB
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2013.

http:/www.jgpimentel.com.br
 


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