Mortes em confronto com a polícia registram queda de 38% em SP
Nos quatro primeiros meses deste ano, São Paulo registrou a menor 
quantidade de mortos em supostos confrontos com policiais pelo menos 
desde 2003.
Levantamento da Secretaria da Segurança Pública mostra que, de janeiro a
 abril, 97 pessoas morreram em trocas de tiros com policiais civis e 
militares no Estado.
Trata-se de uma queda de 38% em relação ao mesmo período do ano passado,
 quando houve 157 casos. O número também equivale a praticamente um 
terço das 285 mortes de 2003.
A cúpula da Segurança Pública do governo paulista atribui a redução, segundo a Folha apurou, a dois fatores:
1) à resolução 05/2013, que restringiu desde janeiro o socorro, por parte de PMs, de vítimas de crimes graves;
2) a mudanças de procedimentos de policiais militares, que foram 
orientados, por exemplo, a não entrar em imóveis invadidos por ladrões; 
para evitar confrontos, eles devem cercá-los e chamar reforço em 
seguida.
A resolução citada, assinada pelo secretário Fernando Grella Vieira após
 uma chacina com a participação de PMs, prevê que os policiais só podem 
resgatar vítimas se houver autorização da Central de Operações da PM. A 
prioridade é chamar serviços especializados, como Samu.
"Essa resolução passou a mensagem de que policiais cometiam crimes 
enquanto transportavam vítimas. A queda na letalidade é uma comprovação 
de que isso realmente ocorria", afirmou a secretária-executiva do Fórum 
Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.
O sociólogo Renato Sérgio de Lima diz que a alta letalidade policial de 
São Paulo passou a chamar a atenção com a queda das taxas de homicídio. 
No fim da década de 1990, ela era de 35 assassinatos por 100 mil 
habitantes. Agora está em 11,5. "A polícia sempre matou em confrontos. O
 que tem acontecido é um controle maior."
Com a redução da letalidade policial, houve um crescimento da taxa de 
prisões por morte. Em 2012, a cada morte em suposto confronto, havia 258
 prisões. Neste ano, esse índice chegou a 579.
Apesar da queda nos mortos em confrontos, a quantidade de vítimas de 
homicídios praticados por policiais permanece estável --25 de janeiro a 
abril deste ano e 24 no mesmo período de 2012.
Folha de São Paulo
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