quinta-feira, 6 de junho de 2013

Mortes em confronto com a polícia registram queda de 38% em SP


Nos quatro primeiros meses deste ano, São Paulo registrou a menor quantidade de mortos em supostos confrontos com policiais pelo menos desde 2003.
Levantamento da Secretaria da Segurança Pública mostra que, de janeiro a abril, 97 pessoas morreram em trocas de tiros com policiais civis e militares no Estado.
Trata-se de uma queda de 38% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 157 casos. O número também equivale a praticamente um terço das 285 mortes de 2003.
A cúpula da Segurança Pública do governo paulista atribui a redução, segundo a Folha apurou, a dois fatores:
1) à resolução 05/2013, que restringiu desde janeiro o socorro, por parte de PMs, de vítimas de crimes graves;
2) a mudanças de procedimentos de policiais militares, que foram orientados, por exemplo, a não entrar em imóveis invadidos por ladrões; para evitar confrontos, eles devem cercá-los e chamar reforço em seguida.
A resolução citada, assinada pelo secretário Fernando Grella Vieira após uma chacina com a participação de PMs, prevê que os policiais só podem resgatar vítimas se houver autorização da Central de Operações da PM. A prioridade é chamar serviços especializados, como Samu.
"Essa resolução passou a mensagem de que policiais cometiam crimes enquanto transportavam vítimas. A queda na letalidade é uma comprovação de que isso realmente ocorria", afirmou a secretária-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.
O sociólogo Renato Sérgio de Lima diz que a alta letalidade policial de São Paulo passou a chamar a atenção com a queda das taxas de homicídio. No fim da década de 1990, ela era de 35 assassinatos por 100 mil habitantes. Agora está em 11,5. "A polícia sempre matou em confrontos. O que tem acontecido é um controle maior."
Com a redução da letalidade policial, houve um crescimento da taxa de prisões por morte. Em 2012, a cada morte em suposto confronto, havia 258 prisões. Neste ano, esse índice chegou a 579.
Apesar da queda nos mortos em confrontos, a quantidade de vítimas de homicídios praticados por policiais permanece estável --25 de janeiro a abril deste ano e 24 no mesmo período de 2012.
Folha de São Paulo

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