Os governantes passam. A Polícia Militar fica.
Estimados,
Encaminho algumas digressões sobre as ações de 13 e 14 do corrente de nossa Polícia Militar, tão expostas na mídia brasileira. O intuito é para que reflitam sobre as razões reais do acontecido, que promete ter continuidade .
Abraços.
fruiz
Ações Nefastas da Nossa Polícia.
Em nenhum dos momentos e em nenhuma das formas de se opinar sobre os fatos ocorridos nos últimos dias se vai ao ponto exato da questão e os administradores das nossas entidades estatais, os governos federal, estadual e municipal, não se dignam a assumir suas responsabilidades, e olhem que a forma deixou de ser casual e episódica para ser crônica.
Há muito tempo e de longa data injustiças e falta de sensibilidade tem demonstrado o pouco caso com os nossos funcionários, que deveriam agir em nosso interesse, se omitem e não alcançam o mínimo do desejável em eficiência em solucionar os problemas de nossa exaurida, cansada sociedade paulista e paulistana.
Tudo e todos se lançam para resolver estes litígios na Avenida Paulista. É como se lá fosse o teatro de operações para decidir todas as agruras pelo que passam os paulistanos modernos. É como se vencer a Polícia fosse vencer a guerra e todos os problemas daí por diante fossem solucionados, e nas suas íntegras.
Grupos de menor importância, destes que não enchem uma Kombi no dito popular, vão ali estrear suas ações contrárias a toda forma de governo. Outros grupos também, aliados a segmentos escusos de ordem política e ligados a interesses alienígenas, se organizam para mostrar suas forças, no pleito de posição em cargos destas administrações estatais acima citadas para seus pseudo líderes. Parece que ninguém sabe disto, mas a polícia agiu de forma exagerada e parece que a partir daí tudo se acomoda e tudo é aceito. É como se todos, os agentes da ação que teve como base o descontentamento, já tivessem planejado os resultados e esperassem aguardando ardilosamente as mesmas escusas à assustada e amedrontada sociedade.
O blá blá blá de sempre usa os resultados conhecidos para nada decidir em favor da própria sociedade. Querem que saibamos só um pouquinho desta realidade, para que não questionemos o principal. E qual é o principal, com aquilo que está subjacente aos reais motivos dos acontecimentos? É tão óbvio e tão claro, não?
Não se trata dos R$0,20 (vinte centavos), mas o que significa trabalhar mais do que 5 meses ao ano para pagar imposto e não receber qualquer melhora nos serviços públicos. Significa não ter transporte público civilizado para atender a maior parte da população. Não ter atendimento médico. Não ter moradia. Ser multado a torto e direito e não ter outro meio de chegar ao trabalho. Ficar mais de duas horas no trânsito para chegar ao trabalho. Saber que quem cuida de seu filho é o profissional que ganha menor salário e é o menos valorizado. É saber que estamos com problemas graves na segurança pública, que os riscos de quem trabalha nesta área são os mais significativos do mundo, mas o salário os avilta, pois ganham pior que os seus correlatos em outras atividades do Estado, tem horário de folga sempre comprometido, e aí acham solução para que trabalhem mais horas por dia, em verdadeiro bico municipal, por míseros trocados, no esquecimento de suas mínimas necessidades físicas, mentais e psicológicas. E, talvez o pior, a clara e fácil observação de que se pagamos esta quantidade inacreditável de impostos, decidimos emprega-lo em coisas abomináveis ao bom senso como a construção de estádios, sem antes atendermos à educação, saúde, segurança, transporte público, habitação e etc.
Quanta hipocrisia, quanta falsidade, quanto amadorismo, quanta incompetência, quanta falta de amor ao próximo e quanta desilusão. Se em alguns momentos nos permitiram pelo menos ler "A Revolução dos Bichos" de Orwell, hoje sabemos que estamos cada vez mais próximos de "1984" do que nunca, apenas o "processo" de nossos dirigentes, tão hábeis em nos enganar evoluiu, agora com pagamento de nossa mídia, que insiste em ver na nossa polícia os seus algozes necessários e de oportunidade. O que se esquece com uma facilidade atroz é que Polícia não é entidade deste ou daquele governante ou de partido, mas sim e definitivamente de toda Sociedade, e como tal deve e quer ser considerada.
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