terça-feira, 22 de julho de 2014

Centro Médico da PMESP.- História


 JORNAL DO CREMESP

Edição 244 - 01/2008

HISTÓRIA (JC pág. 16)

Centro Médico da Polícia Militar: 115 anos de história e serviço
público de excelência


CENTRO MÉDICO DA POLÍCIA MILITAR



Atendimento público de qualidade há mais de 100 anos

Nos 115 anos de existência do Centro Médico da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, a busca da excelência no atendimento ao policial
militar sempre pautou os objetivos das diferentes diretorias que
comandaram a instituição. Para o atual Diretor de Saúde,
Tenente-Coronel Médico, Luíz Álvaro, “o Centro Médico da Polícia
Militar é uma unidade centenária que presta um serviço público de
primeira ao policial militar, que é uma peça-chave na nossa
sociedade”. Segundo ele, é imprescindível que o servidor conte com um
serviço que o atenda com qualidade, presteza e agilidade. “É preciso
que ele retorne à função de proteger as nossas famílias no menor tempo
possível”, acredita.

O Centro Médico também cumpre um importante papel no caso daqueles que
não conseguem retornar prontamente ao trabalho, pois os ampara tanto
no seu tratamento, quanto na sua reabilitação. “É uma função própria
do Estado dar saúde aos cidadãos e, no caso do policial militar, que é
um servidor público essencial, a perspectiva de ser atendido num
hospital como o nosso é excelente, pois aqui ele e sua família sempre
encontram pleno resguardo”, garante Álvaro.

Na opinião do Chefe do Centro Médico, Tenente-Coronel Médico José
Carlos Queiroz, “o Hospital da Polícia Militar é dotado de excelente
infra-estrutura – pronta a prestar  todo e qualquer atendimento de
emergência com segurança máxima aos policiais atendidos”. Ele afirma
que isso se tornou evidente durante os ataques do PCC aos policiais
paulistas em maio do ano passado, quando o Hospital demonstrou estar
devidamente preparado ao socorro dos feridos”. “Temos aqui muitos
leitos que, em caso de uma eventual catástrofe, poderiam atender até
mesmo a civis, se constatada tal necessidade”, garante.

Opinião semelhante é compartilhada pelo Tenente-Coronel Médico,
Roberto Kobinger, Chefe do Departamento de Perícias Médicas: “o
hospital vem progredindo paulatinamente, especializando-se e
modernizando-se no decorrer desses anos todos e, em relação aos demais
hospitais públicos, podemos considerá-lo de excelente qualidade”. Ele
acrescenta: “isso se refere tanto aos oficiais médicos que nele
trabalham, pois todos têm excelente formação e especialização, quanto
aos equipamentos e infra-estrutura moderna que possuímos”.

Composto pelo Hospital da Polícia Militar, Departamento de Perícias
Médicas, Divisão de Unidades Integradas de Saúde, Centro de
Assistência ao Idoso, uma Divisão de Farmácia e outra Administrativa,
atualmente o Centro Médico é responsável por cerca de 4 mil
internações e mais de 65 mil consultas anuais e, além do serviço
ambulatorial, conta com atendimento de urgência e de alta complexidade
com UTI.

Como forma de incentivo ao aperfeiçoamento do corpo médico, existe a
Associação Pró-Saúde do Policial Militar, responsável por ações de
apoio e execução de serviços à saúde do servidor, assim como pelo
aperfeiçoamento do médico, que é incentivado a participar – após
análise da Diretoria de Saúde – de cursos, congressos e outras
atividades para o seu aperfeiçoamento profissional na corporação.

História
No dia 21 de setembro de 2007, foram comemorados 115 anos de
existência do Centro Médico da Polícia Militar. Entretanto,
anteriormente à sua regularização como Hospital Militar, os policiais
já podiam contar com uma unidade de Saúde Militar Estadual, que servia
tanto para amparar seus homens, quanto os familiares destes e, muitas
vezes, os excluídos socialmente.

Em torno de 1775, o Hospital Militar encontrava-se instalado em um
Salão da Ordem Terceira do Carmo, quando, em 1798, o Capitão-General
Antônio Manoel Mello Castro e Mendonça determinou que fosse construído
um hospital militar. As obras desse hospital tiveram sua conclusão
viabilizada por meio de um convênio firmado com a Santa Casa de
Misericórdia, iniciativa do então governador da Capitania de São Paulo
de 1802 a 1811, Capitão-General Antônio José da Franca, aclamado como
um governante de visão e bom administrador.

Em 23 de agosto de 1893, o governo estadual autorizou a construção do
Hospital da Força Pública, em local anexo ao atual 1° Batalhão de
Choque, que na época era o Quartel da Luz. Para planejar a obra,
contratou-se o conceituado engenheiro-arquiteto Francisco de Paula
Ramos de Azevedo, que atentava para o estado da ciência médica em cada
época, afirmando que um hospital poderia tornar-se obsoleto em 20
anos, por mais avançado que ele fosse à época de sua construção, visto
o incessante progresso da área médica.

Com as obras do novo prédio ainda inacabadas, em 1896 o Hospital
Militar encontrava-se sediado à rua General Flores, no bairro do Bom
Retiro, e, conforme decreto, abrigava em seu quadro de funcionários
quatro médicos, entre eles um diretor, e 16 auxiliares. No mesmo ano,
em virtude de um relatório apresentado ao Presidente do Estado, os
portadores de tuberculose do hospital foram transferidos para uma
enfermaria especial em Jundiaí, que passou a atender apenas os
pacientes que sofriam daquela moléstia, sendo extinta em 1897. No
mesmo ano fica estabelecido que os médicos passariam a ser regidos
pelo regulamento do Hospital Militar, não fazendo mais parte da
Brigada como Oficiais, não teriam graduação militar e nem teriam
precedência entre eles, ficando todos livres de nomeação do Governo.

Muitas foram as mudanças no período compreendido entre 1897 e os dias
de hoje, passando pela criação do Departamento Odontológico anexo ao
HM – desmembrado em 1952 –, a atribuição do serviço de enfermeiras às
irmãs de caridade da Congregação da Imaculada Conceição, que propiciou
aos soldados um tratamento mais carinhoso e um melhor asseio do
ambiente hospitalar. Após ter tido um papel fundamental no atendimento
às tropas da Força Pública de São Paulo, oferecendo socorro aos
combatentes durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o
Hospital, em 1936, atendia também aos presos do Carandiru, que,
amontoados na ala do hospital, decretavam greve de fome e praticavam
fugas em massa.

Em 1964 foi decretada a autonomia das unidades do Serviço de Saúde,
que passou a ser dividida em três unidades, sendo elas o Serviço
Médico, o Serviço Farmacêutico e o Serviço Odontológico. Dessa
expansão decorre a sugestão, por meio de uma comissão, de um projeto
para o novo Hospital da Força Pública, a ser instalado no Barro
Branco. Apenas dois meses depois, a pedra fundamental do novo Hospital
Militar do Barro Branco foi lançada, enfatizando-se a necessidade de
dotá-lo de uma tecnologia capaz de fornecer aos militares um serviço
de excelência, sendo finalmente inaugurado em 1978.


Roberto Kobinger e Luiz Álvaro

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