quarta-feira, 13 de maio de 2015

Unicamp pode abrigar sede do Corpo de Bombeiros




Unicamp pode abrigar sede
do Corpo de Bombeiros

13/05/2015 - 10:46


  • Visita ao terreno reservado para o Corpo de Bombeiros
  • Informações da reunião serão levadas ao Estado Maior
  • Comandante José Luís Salomão e Alvaro Crósta
Visita ao terreno reservado para o Corpo de Bombeiros
Visita ao terreno reservado para o Corpo de Bombeiros
Informações da reunião serão levadas ao Estado Maior
Informações da reunião serão levadas ao Estado Maior
Comandante José Luís Salomão e Alvaro Crósta
Comandante José Luís Salomão e Alvaro Crósta
A Unicamp poderá abrigar em seu campus a sede do Corpo de Bombeiros em Campinas – que funciona há décadas na área central da cidade – e não apenas um novo posto do 7º Grupamento do Estado de São Paulo, como pleiteado inicialmente pela Reitoria. A intenção foi manifestada por oficiais do comando da corporação que se reuniram nesta terça-feira com o professor Alvaro Crósta, coordenador-geral da Universidade, e assessores envolvidos na implantação do Campus Tranquilo – programa baseado na prevenção e vigilância comunitária que visa assegurar espaços tranquilos para a dinâmica da vida universitária.

Ressalvando que as informações colhidas na reunião ainda seriam submetidas ao Estado Maior do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel José Luís Salomão, comandante do Interior, mostrou-se confiante quanto à aceitação da cessão do terreno pela Universidade. “Muito provavelmente, o posto a ser criado aqui será a sede dos Bombeiros, que está em prédio antigo do Centro, com vários problemas como de acessibilidade. Queremos transportar toda a administração para cá.”

Antes da manifestação do comandante, Alvaro Crósta explicou aos oficiais que a instalação de uma base dos bombeiros em Barão Geraldo é demanda antiga de uma região bastante populosa e com grande potencial de riscos. “Há pouco mais de dois anos, tivemos um incêndio preocupante em uma das bibliotecas da Unicamp. Valorizamos a vida e o bem-estar das pessoas, mas também os nossos importantes acervos, que nesse caso, felizmente, foi pouco prejudicado. Passamos então a pensar em ações para minimizar tais riscos e uma delas foi justamente esta parceria para trazer uma unidade do Corpo de Bombeiros que beneficiará não apenas a Universidade, mas toda a população de Barão Geraldo e regiões vizinhas.”

As explicações dos assessores da Unicamp sobre a localização estratégica do terreno escolhido para a base do Corpo de Bombeiros satisfizeram as expectativas dos oficiais do comando. A área de 5.000 metros quadrados fica entre a rotatória de acesso à rodovia e ao Shopping D. Pedro, e a guarita desativada na avenida que liga à PUC de Campinas. “Um dos pilares da nossa missão é a pronta-resposta e a capacidade efetiva de atender às pessoas. Por isso escolhemos muito bem o ponto onde instalar nossos quartéis”, ponderou o comandante Salomão.

O tenente-coronel Wilson Lago, comandante do 7º Grupamento de Bombeiros (Campinas), informou que a mudança da sede vem sendo pleiteada desde 1942 e que as outras cinco bases no município foram todas inauguradas há 40 anos, na década de 1970. “Estou na unidade desde 1991, sou um dos oficiais mais antigos e vi a cidade se expandir. Levava dez minutos para chegar com a viatura à Unicamp e hoje preciso do triplo de tempo. A intenção não é só de instalar uma base no campus, mas a sede da nossa unidade, com toda a parte administrativa. Além do atendimento emergencial, temos uma demanda bastante grande por fiscalização e vistoria, que hoje é nossa maior prestação de serviço.”

Wilson Lago esclareceu, ainda, que o pessoal administrativo é de chamado “pronto-uso”, ou seja, todos trabalham uniformizados e estão capacitados para atender emergências – isso significa que a sede na Unicamp teria um mínimo de 40 bombeiros, mais seis ou sete por turno operacional. Uma dúvida levantada pelo major Eduardo Drigo, representante do Estado Maior na reunião, sobre o instrumento legal para uso do terreno, foi prontamente dirimida pelo procurador-geral da Unicamp Octacílio Ribeiro. “A Universidade não faz doações, mas aqui temos órgãos federais e estaduais com cessão de uso por 20 anos, prorrogáveis.”

Capacitação dos oficiais
Outro aspecto interessante desta parceria, ressaltada tanto pelo professor Alvaro Crósta como pelo comandante José Luís Salomão, diz respeito à capacitação dos oficiais, com a qual a Unicamp pode contribuir. “Temos a política de expandir os serviços no Estado, mas um dos problemas é de efetivo, pois não temos pessoas em quantidade suficiente. Para a formação de um bombeiro são necessários seis ou sete anos: três anos no Barro Branco [Academia de Polícia Militar], dois de serviço de policiamento e, depois do exame de aptidão, mais um ano de extensão para receber noções como de física, química, física aplicada e construção civil.”

Salomão atuou no recente incêndio de vários dias que atingiu os tanques de combustíveis da empresa Ultracargo, em Santos, e que colocou à prova a competência técnica dos bombeiros. “Havia tanques com produtos químicos, tóxicos, sob o risco de explosão ou rompimento. É preciso conhecimento sobre esses produtos e resistência de materiais para a tomada de decisão. Nossa formação no Barro Branco é mais na área de humanas, especialmente em direito. É de bom grado saber que, com esta aproximação, podemos contar no futuro com a competência técnica da Universidade, através do seu corpo seleto de professores e alunos.”

Levado para conhecer in loco o terreno oferecido no campus, Salomão reiterou que a confirmação desta parceria depende de decisão do Estado Maior do Corpo de Bombeiros e que técnicos ainda virão avaliar o local. “Minha expectativa é a melhor possível e acho quase certo que a proposta seja aceita. Teremos algumas reuniões do comando para analisar as variáveis que colhemos, mas espero que o processo seja rápido, com uma decisão já no meio do segundo semestre.”

Alvaro Crósta, por sua vez, disse que a Unicamp vê como positiva a possibilidade de se transferir a sede do Corpo de Bombeiros para o campus. “A proximidade física ajudará a ampliar a parceria para outras áreas, como de formação de oficiais –  trata-se de uma demanda deles, em que nossos docentes e pós-graduandos podem colaborar nas mais diversas especialidades. Vamos aguardar a decisão final, estamos muito otimistas.”



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