sábado, 7 de fevereiro de 2015

A realidade da vida de um veterano Cel Carvalho

Somente pessoas como o Luciano, grande amigo, aspira 75, são capazes  de externar com tanta simplicidade e tamanha amplitude sentimentos tão grandes com relação a esse personagem que fez parte da vida de tantos de nós.
 
Que Deus ilumine os passos de nosso Budão e dê energia a sua digna esposa.
 
Donizeti
 

Prezados amigos.

Por estar colaborando na área administrativa da AOPM, soube da notícia de que o Cel Carvalho (Budão) não estava bem, razão pela qual não mais frequentava o Conselho Deliberativo, do qual fez parte e onde o encontrei algumas vezes, anos atrás.

Desde então, mais ou menos há uns seis meses, fiquei com a idéia de visitá-lo e nesta última 4ª feira (04Fev), resolvi por em prática este desejo que teimava em “martelar” na minha cabeça.

Consegui o telefone e endereço. Liguei e a esposa (Srª Vilma) explicou que seria difícil ele atender, mas que eu poderia visitá-lo. Lá fui, como que cumprindo um preito combinando respeito e gratidão, pois além da Academia, também trabalhei com ele no 9ºBPM.

Fui muito bem recebido pela esposa, que gentilmente nos deixou a sós por algum tempo. Difícil ver o Cmt que faz parte de tantas das nossas “memórias” acadêmicas, numa cadeira de rodas e sem mais reconhecer os amigos.

Difícil segurar a emoção diante de uma realidade tão angustiante, pois nas minhas conjecturas pensava até em propor à turma a possibilidade de que ele pudesse comparecer na Academia no dia do nosso encontro comemorativo aos 40 anos de formatura (Julho), da qual ele participou. Impossível.

Um turbilhão de lembranças me veio à mente. Como esquecer episódios pitorescos ou não envolvendo um personagem tão peculiar? “A tropa desfilou muito bem (7 de Setembro), entretanto, o pernoite será normal”....  “O Aluno faz bobagens e depois vai chorar na minha sala, daí, só posso lhe oferecer o lenço”..... E tantas outras....

Por acaso do destino (ou não), o quarto onde fica com suas lembranças (espada, medalhas, diplomas, ...) fica no 14º andar de um edifício na Rua Casa Forte, de onde se avista claramente a Academia. Sua esposa disse que pela manhã ele escuta os acordes da corneta e demonstra emocionado que reconhece o que ouve.

Amigos, passei por mais um duríssimo episódio, confirmando uma vez mais que tudo que podemos deixar de legado são nossas ações e atitudes baseadas na bondade e no desprendimento, pois assim, estarão destinadas à eternidade pela lembrança daqueles que nos sucederem.

Desconheço haver uma verdade absoluta de como funciona todo este esquema chamado “Vida”, apesar de muitas suposições, mas penso que a recordação de bons momentos e um pensamento de gratidão e afeto, bem direcionado, possa de alguma forma confortar um amigo em suas horas difíceis.

Peço desculpas por não ser uma boa notícia, mas refleti que seria até mesmo uma obrigação dar conhecimento “a quem interessar possa”, do que se passa com o nosso estimado “companheiro de jornada”.

Porém, não aconselho que façam o mesmo, pois foi penoso e sinto que se ele estivesse lúcido, também não gostaria que o vissem como está.

Abraço.

Luciano.


--

Nenhum comentário:

Postar um comentário