segunda-feira, 16 de junho de 2014

Pode vir

Ponte não impede vinda de navio mexicano para a Copa em Natal
A Companhia Docas do RN (Codern) convocou entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (15) para explicar a polêmica relacionada à capacidade do Terminal Marítimo de Passageiros (TMP) e da possível vinda a Natal de um navio da MSC Cruzeiros Marítimos com 3,2 mil passageiros do México, para assistir aos jogos da Copa do Mundo na capital poti
guar.

Nos últimos dias, informações deram conta de que o Porto de Natal não mais receberia o navio mexicano e que os torcedores viriam de Recife em 80 ônibus, para assistirem aos jogos em Natal. O presidente da Codern garantiu que as negociações junto à MSC ainda estão em andamento, o que descarta a informação de que o Porto de Natal já havia perdido o navio com os turistas mexicanos. “Esses boatos estão gerando informações que não são verdadeiras. Nós estamos em contato com a empresa e eles estão decidindo se aceitam ou não o que nós sugerimos”, disse o diretor da Codern.

A solução encontrada pela Companhia Docas seria ancorar o navio em uma área de fundeio, que fica localizada a 2,5 milhas da costa e realizar o traslado dos passageiros por meio de embarcações do próprio navio, prática comum em Búzios, Ilha Bela, Florianópolis e Veneza e até na Ilha de Fernando de Noronha, por exemplo. Existem áreas que não possuem portos nem terminais, o que obriga que os navios cruzeiros fiquem ancorados em áreas de fundeio e realizem o traslado dos passageiros por meio de embarcações menores dos próprios navios.

O presidente da Companhia Docas criticou a polêmica que está sendo levantada em relação ao assunto, já que, segundo ele, não há dificuldade por parte do Porto em fazer essa operação, que é a solução mais viável e segura para os passageiros. “Essa é uma prática feita no mundo inteiro sem riscos para os passageiros e tripulantes do navio. Agora, o risco é você fretar 80 ônibus para trazer esses turistas de Recife a Natal. Estão condenando a solução mais viável”, defende Pedro Terceiro.

De acordo com informações da Marinha do Brasil reproduzidas pelo presidente da Codern, a operação que será realizada, caso o navio com os turistas mexicanos venha para Natal, durará em média 15 minutos por viagem, do navio ao Terminal Marítimo de Passageiros. O navio do México possui seis embarcações com capacidade para 700 passageiros cada uma.

O consultor da Agência Porto, Fabrizio Pierdomenico, ressaltou a fala de Pedro Terceiro e disse não entender o motivo da polêmica, já que a solução encontrada pela Companhia é uma prática que se faz constantemente em outros portos. “Está se criando uma polêmica em cima de uma prática que já se faz há muito tempo. Não há nenhum problema em o navio ficar fundeado e as pessoas serem trasladadas”, ressaltou o consultor. Ele exemplificou o caso dos navios que partem de Santos para Florianópolis. Segundo ele, esses navios não atracam, mas ficam fundeados a uma distância da costa. “Isso é absolutamente comum e todo mundo faz isso. O que está se criando é uma falsa polêmica”, reitera Fabrizio.

O consultor defendeu ainda que a prática de fundeio do navio cruzeiro seja feita em Natal, o que ele considera viável, acrescentando que as críticas a respeito do assunto deveriam ser direcionadas a quem construiu a ponte, e não ao Porto de Natal. “Se o navio tem um calado aéreo grande e a ponte tem um calado aéreo pequeno, quem sofre com as consequências é o Porto de Natal. A culpa disso não é do Porto. Quem deveria responder sobre isso era quem mandou fazer essa ponte”, afirma.

O diretor Técnico-Comercial da Codern, Hanna Safieh pediu para que sejam divulgadas informações corretas a respeito do assunto, para que o Porto de Natal não seja prejudicado por informações inverídicas. “Contamos com vocês para corrigir esse erro grave. Estão tentando colocar problema onde não existe. Será que é mais rápido e seguro sair de um comboio de Recife, ou descer em lanchas a duas milhas do Terminal, com conforto, segurança e agilidade?”, questionou.

O presidente da Codern reiterou o esforço da Codern em trazer para Natal o navio do México e falou sobre a importância desse acontecimento para o Porto. “Se nós conseguirmos trazer esse navio será uma quebra de paradigma que será feita, para que não fiquem pensando que o Porto não tem capacidade de realizar essa operação e que nenhum navio passa por de baixo da ponte”, declarou o diretor-presidente Pedro Terceiro.

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