segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Um reconhecimento fora do tempo

Um reconhecimento fora do tempo

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Um reconhecimento fora do tempo

Gostei do discurso lido pela presidente da república, Dilma Rousseff, durante cerimônia de cumprimentos aos oficiais-generais em Brasília/DF. Pela primeira vez a vejo elogiando as Forças Armadas. Não sei se redimindo de suas falas anteriores, ou em busca de apoio para a sua permanência no poder, cujo impeachment é discutido no Congresso Nacional.

A presidente sempre demonstrou a sua origem e formação política. Uma comunista assumida desde os dezesseis anos de idade. Na função de primeira mandatária da nação, - um poste plantado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sonha voltar ao cargo em 2018, - mostrou que não mantinha grandes amores pelos militares, dizendo-se vítima de torturas quando esteve presa em quartel do Exército em Minas Gerais. Ao ser pressionada na imprensa trazia à tona sua situação de ex-presa política na luta armada.  Nada a abalava mais na vida.

Sua paixão pelos militares é tanta que conseguiu dar andamento no Congresso Nacional à criação da Comissão Nacional da Verdade, discutindo e aprovando a Lei 12528/2011, instituída em 16 de maio de 2012. Não abriu mão de escolher os membros da comissão, assessorando-se apenas de um de seus ex-amantes, ex-terrorista como ela própria. Comissão composta por ex-terroristas, advogados e simpatizantes dos militantes da luta armada.

Seu sonho dourado era imitar a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchofer, que consegui levar às barras de um tribunal de exceção, oficiais de alta patente, condenando alguns à prisão perpétua.

Uma vez instalada a comissão cobrou agilidade nos trabalhos, pois acreditava que uma citação nos autos valia tanto quanto uma condenação formal.

Os tempos mudaram e agora procura mostrar respeito pelas FFAA, prometendo não faltar verba para dar andamento nos trabalhos prioritários que cada Força vem desenvolvendo. 

Fica no ar: A presidente quer que as FFAA interfiram no andamento do processo do impeachment, livrando-a de sua deposição do poder, ou mudou de pensamento, reconhecendo o papel da instituição no contexto da segurança do país? Acredito na primeira hipótese, mais ainda quando os três comandantes de Forças já manifestaram sua admiração pelo comunista ministro da Defesa, Aldo Rebelo.

A presidente soube escolher os três comandantes de Forças, tão bem quanto os membros da CNV.

José Geraldo Pimentel

Nova Friburgo, 20 de dezembro de 2015.

http://www.jgpimentel.com.br


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