sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Essa não é a cultura da PM.

Não tenho acesso e nem busco saber o que anda acontecendo no alto comando da PM. Escrevo apenas apoiado no histórico e na lógica.

A cultura predominante na PM é a reativa e não a proatividade. Nas vezes em que foi proativa se deu bem. Exemplo: a informatização realizada lá pelos anos 60/70, mas que, infelizmente, como se viu em matéria enviada pelo Correa de Carvalho, hoje está defasada.

Os movimentos evolutivos, quando ocorrem, se devem mais a alguns idealistas abnegados do que à política de comando ou ao fruto de planejamento. Exemplos: GATE e Resgate.

A PM reagiu a dois momentos de pressão para colocar mais policiamento nas ruas.

Um, na década de 50. Foi quando ocorreu a incorporação de algumas instituições que faziam policiamento. Ao incorporá-las (algumas) ou fundir com ela (outra), “terceirizava” a atividade de policiamento e preservava aquilo que queria preservar: algumas atividades tipicamente militares. Isso é ponto de vista pessoal!

Outra, na década de 70, com início sob o comando do General Torres de Melo, cuja visão estava correta quanto à necessidade de por a tropa fazendo policiamento, todavia sem promover as alterações profundas que a atividade policial exige.

Escrevo isso porque penso que estamos vivendo novo momento de pressão, sem que o comando da PM tenha se apercebido.  Se nos momentos anteriores o objetivo era o aumento da presença da PM nas ruas (QUANTITATIVO), agora a cobrança é pelo aumento da qualidade daquela presença (QUALITATIVO). Não basta só quantidade, é necessário agora qualidade.

Ou o alto comando se torna proativo nesse sentido ou cada vez mais surgirão sentenças como a desse juiz que se arvorou entendido em policiamento, assim como livros, artigos, entrevistas, etc. gestados por “especialistas” e que impactarão o destino da PM, como por exemplo a desmilitarização.

Pelo histórico, quanto mais aumenta a frequência da crítica, maior será nossa reação.

Ocupada em reagir ao que vem de fora, a PM fica sem muito tempo para a proação, que é a forma correta de promover mudanças sem muito trauma. Mas, infelizmente, essa não é a cultura da PM.
 Armando Albuquerque - Cel Ref. PM


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