ARAPONGAGEM
POLICIAL QUE ENTREGOU
DOSSIÊ DEVE SER ALVO DA
CORREGEDORIA
FLÁVIO WERNECK LEVOU DOSSIÊ A JAQUES
WAGNER CONTRA SÉRGIO MORO
Publicado: 06 de março de 2016 às 18:29 -
Atualizado às 22:52
FLÁVIO WERNECK LEVOU DOSSIÊ A JAQUES
WAGNER CONTRA SÉRGIO MORO. (FOTO: PDT)
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O presidente do Sindicato dos Policias Federais no
DF, Flávio Werneck, que conforme a
revista Veja levou um dossiê para o ministro da
Casa Civil, Jaques Wagner, contendo informações
contra o juiz Sérgio Moro e investigadores da
Operação Lava Jato, é ligado ao PDT, partido aliado
ao governo da presidente Dilma Rousseff. Em 2014,
Werneck disputou mandato de deputado federal
pela legenda, sem sucesso. A Coordenação de
Assuntos Internos da Corregedoria da PF deverá
instaurar investigação para apurar sua conduta
nesse episódio do dossiê.
Werneck já ocupou na gestão do governador Agnelo
Queiroz (PT) o cargo de chefe da diretoria de
assuntos estratégicos da corregedoria de saúde. O
petista deixou o governo em 2014 em meio a vários
escândalos de corrupção, inclusive na área da
saúde.
Delegados da PF já identificaram nos seu quadro
pessoas com a intenção de produzir dossiês contra
investigadores que atuam na Lava Jato, mas não
tinham conhecimento do episódio envolvendo
Werneck que também é vice-presidente da
Federação Nacional dos Policiais Federais, que
representa os agentes da PF. A Associação Nacional
dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) irá divulgar
nota nesta segunda, 7, dando apoio aos trabalhos
dos delegados que atuam na Lava Jato e cobrando
explicações de Werneck. "A entidade que ele dirige
não representa os delegados", diz a nota.
À revista Veja, Werneck justificou que apresentou o
caso ao Planalto por se tratar de uma denúncia
grave. "Temos um problema de anacromismo na
investigação que já tem dois anos e vem pegando
pontos-chave de empresas e do governo. Isso afeta
diretamente a economia", disse, segundo registrou
a revista. No dossiê, a acusação é de que Moro e os
outros envolvidos na Lava Jato estão a serviço de
um grande plano do PSDB para implodir o PT e o
governo.
Segundo a Veja, o ministro Jaques Wagner disse
que encaminharia o dossiê para um promotor
baiano de sua confiança dar sequência ao assunto.
Ao jornal O Estado de S.Paulo, o ministro negou que
tivesse recebido qualquer documento. "Desconheço
e não me interessa conhecer."
Werneck não foi localizado neste domingo, 6. Na
última semana, Wagner indicou o promotor
Wellington Cesar Lima e Silva para o Ministério da
Justiça no lugar de José Eduardo Cardozo. A
nomeação foi cancelada por decisão da Justiça
Federal no DF por ele ser promotor na Bahia. (AE)
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